Até 5 de dezembro.
Porta 33.
De Rui Horta Pereira.
Com Filipa Vala, Luís Spínola e João Gonçalves.
Cooperação, reputação; obra, autor.
Um processo de partilha criativa é um ato cooperativo. Em Polifónica, partiu-se de um conjunto de textos para a concretização de peças que, resultando de atividades individuais, formam um todo enquanto extensão da mesma voz inicial. Toda a cooperação tem por base mecanismos de reciprocidade e sabemos que na nossa espécie, como noutros primatas, somos capazes de atribuir “reputações” e que estas influenciam as nossas decisões de cooperação (tendemos a cooperar com aqueles que têm reputação de ser cooperantes). Mas na arte, como noutras áreas de atividade, a autoria (ou a marca) tem vindo a sobrepor-se à obra – ou, pelo menos, contribui decisivamente para a importância que lhe é atribuída. Será que a exacerbação da autoria é uma consequência indesejada dos mecanismos que nos permitem construir reputação? Numa “cambalhota evolutiva” terá a reputação (autor) passado a valer tanto ou mais que a ação (obra) nas nossas sociedades? Se assim for, Polifónica exprime um desejo re-fundador: o gesto subversivo de regresso ao anonimato da termiteira. A cooperação polifónica (ou des-autoral).
Rua do Quebra Costas, 33 • Funchal
+351 291 743 038 •
Aberta ao público de terça a sábado das 16h às 20h ou noutro horário previamente solicitado.
"Polifónica", madeira e cartolinas de cor, dimensões variáveis, 2020.