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Até 21 de março.
No Museu Etnográfico da Madeira, Ribeira Brava.
O aproveitamento e transformação da pedra em objetos utilitários para fazer face às necessidades prementes do homem, sempre foi uma preocupação desde o início da humanidade. 
As pedras mais utilizadas, são as que existem em maior quantidade nos locais habitados, sendo a pedra de cantaria mole (Tufo Lapilli) a mais usada na ilha da Madeira.
Os maiores depósitos de pedra de cantaria mole encontram-se, sobretudo, nas encostas montanhosas e nas margens e leitos das ribeiras, sendo que o maior depósito está localizado na Cabo Girão, na freguesia da Quinta Grande, concelho de Câmara de lobos, de onde foram retiradas pedras para a construção de grandes monumentos da cidade do Funchal, como a Igreja da Sé, o Convento de Santa Clara, o Forte de São Tiago, o Palácio de São Lourenço, ou, ainda, o edifício da Câmara Municipal do Funchal, o edifício do Museu Quinta das Cruzes, ou a Capela do Parque de Santa Catarina. Posteriormente, foi proibida a sua extração, devido ao deslizamento de parte da encosta, levando à descaracterização da paisagem.  
A exposição “Cantaria Mole. A obra”, incide sobre a utilização desta matéria-prima em diferentes áreas, especialmente, na comum utilização deste tipo de pedra, na construção dos fornos.
As ferramentas usadas pelo alvenéu, canteiro e pedreiro, na extração e transformação da pedra, bem como o forno a lenha, patentes ao público, foram amavelmente cedidas , a título de empréstimo, por Carlos Spínola, proprietário da Pedreira dos Bentos, localizada no Caniçal. 
A investigação contempla, também, os caraterísticos fornos da freguesia do Curral das Freiras, escavados num bloco de pedra, cuja matéria-prima é retirada das ribeiras, conhecidos, localmente, como “blocos de queda”, assim como os lagares de pisar uvas e os poços de rega, escavados na rocha, os “cubos” dos moinhos de água ou os defontanários. 
Pretende-se, ainda, dar a conhecer a utilização desta rocha piroclástica na construção de alguns objetos utilitários, como a “pedra do bolo-do-caco” ou o “cigano” e é feita uma breve referência à sua presença na arquitetura civil, nomeadamente na arquitetura popular, na arquitetura religiosa e militar e nas artes plásticas, com referência à arte pública.  
Estabeleceu-se uma parceria com o Professor Doutor João Batista, especialista nesta matéria, contextualizando-se, cientificamente, esta matéria-prima, procurando-se a interdisciplinaridade.
A peça mais emblemática desta exposição é uma obra do escultor Jacinto Rodrigues, criada propositadamente para este evento, ficando para a posteridade. Trata-se de uma obra escultórica, em homenagem aos homens que trabalhavam na recolha, transporte e transformação da pedra mole, que irá enriquecer o nosso património e valorizar a nossa identidade cultural.
 
A exposição ficará patente ao público até 21 de março de 2026.
 
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