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Infanto MEM Atividade Bonecas macapaoMarco21Os Serviços Educativos do Museu Etnográfico da Madeira, promovem oficinas, ao longo do ano, que se destinam ao público em geral.

As oficinas têm diferentes temáticas, abordam diferentes áreas, nomeadamente a exploração das coleções etnográficas, a História do arquipélago, as artes plásticas, o artesanato, como as "Bonecas de massa", "As flores de arraial", "As bandeiras do Espírito Santo", as "Pombinhas em maçapão", "O Sardas e a nave sacarina", ou outras atividades, como "O Museu vai à Rua", a "Horta pedagógica e jardim de ervas aromáticas" e tantas outras.
Contacte os nossos Serviços educativos e participe. Conheça a Sua Identidade. Inscrições por email ou telefone:
Telefone: ‪291 952598‬
Atualmente, devido às contingências e normas de segurança, as oficinas são LIMITADAS A 5 PARTICIPANTES. Em Segurança. Sempre.
Aqui ficam algumas IMAGENS, das oficinas de exploração das coleções:"BONECAS DE MASSA", desenvolvidas nos últimos anos.
Esta oficina tem, como objetivos, dar a conhecer a História das bonecas de massa (figurado em maçapão), a sua importância na cultura regional, divulgar a sua "receita" original, e inclui a exploração da exposição permanente "Um grão levado pela corrente", sobre o ciclo dos cereais.
BONECAS DE MASSA ou BONECAS DE MAÇAPÃO
Em Portugal, a par da doçaria conventual, amplamente difundida a partir do século XVI, surgiu também uma outra, de caráter profano, comercializada nas romarias pelos vendedores ambulantes, na qual se incluíam vários tipos de doces e pão, cuja morfologia variava de região para região. As suas formas iam desde figuras antropomórficas a figuras relacionadas com a flora e a fauna ou inspiradas em motivos populares.
Desconhece-se ao certo a origem deste figurado de "maçapão" vendido no nosso arquipélago, por altura das romarias. É, no entanto, provável que tenha sido introduzido pelos primeiros colonos e se tenha transformado, ao longo do tempo, pelas mãos e criatividade das nossas artífices, distinguindo-se pelas suas originais formas e cores.
As figuras produzidas são morfologicamente variadas e possuem diferentes dimensões: o casal, inspirado na figura humana, feminina e masculina, símbolo de fertilidade e fecundidade, o galo, que simboliza a vigilância e o trabalho e se relaciona com cultos ancestrais de proteção na doença, as pulseiras ou argolas ornamentadas com passarinhos, símbolos do eterno retorno e da eternidade, e os cestinhos encanastrados.
Salomé Teixeira, natural do Sítio da Mãe de Deus, freguesia do Caniço, concelho de Santa Cruz, dedicou toda a sua vida à produção das denominadas " bonecas de massa", tendo aprendido o ofício com a sua mãe e era presença obrigatória nos arraiais da ilha. Foi ela quem nos transmitiu "os segredos do ofício", desta atividade artesanal, que sobreviveu nesta família, ao longo de várias gerações e são da, sua, autoria as bonecas que fazem parte do acervo e estão patentes ao público na exposição permanente.
Ludovina, uma prima desta artífice, e as suas três filhas, Felicidade, Glória e Trindade, naturais do Sítio dos Barreiros, na mesma freguesia, também se dedicaram durante muitos anos a este ofício, cujo "saber-fazer" lhes foi transmitido também no seu seio familiar.
Todas as fases de fabrico exigiam muita habilidade, adquirida ao longo de muitos anos de aprendizagem: havia que preparar a massa, tendê-la, modelar as figuras, ornamentá-las e cozê-las.
As matérias-primas utilizadas nestes artefactos eram farinha, água e fermento para fazer a massa, corante de ovo para lhes dar cor, papel de seda azul e vermelho para ornamentar as figuras e sementes de "bananeira de jardim" e "cebolinho" para colocar nos olhos dos bonecos e passarinhos.
Esta tradição é mantida por alguns artistas que as confecionam em maçapão, mantendo os traços originais, ou inovando nas formas ou nas cores, como Carmen Molina, Cristiana de Sousa e Francisco de Jesus. Por vezes, são também recriadas, por artistas que utilizam diferentes matérias primas, com uma maior durabilidade, nomeadamente o barro, a pasta de modelar ou a madeira. É o caso, entre outros, de Maria Jaime de Freitas, Carmen Molina ou Luz Ornelas.
Estes elementos, sempre presentes, antigamente, nas festas e romarias, permaneceram até os dias de hoje, afirmando-se quase como um "símbolo" destas festividades e ocupam um lugar de destaque no nosso artesanato tradicional, podendo, esta, ser considerada, uma das utilizações mais interessantes dos cereais, na produção artesanal madeirense.

 

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