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No dia 29 de outubro, das 10h00 às 11h30.
O Museu Etnográfico da Madeira comemorará esta tradição, com a Oficina “Pão-por-Deus e Brincadeiras de Outros Tempos”, orientada por Sandra Cardoso e Daniela Sousa, com o apoio da Associação Cultural e Recreativa "Atremar a Ilha", que terá lugar no jardim do museu.
Esta oficina, multigeracional, está aberta a todo o público interessado (limitada a 10 participantes) e as inscrições podem se feitas por email ou telefone, até o dia 27 de outubro de 2021
Telefone: 291 952 598
Como referem as orientadoras, “festejado em Dia de Todos-os-Santos, o “pão-por-Deus” era, habitualmente, celebrado com um magusto. E à volta das fogueiras, das castanhas, dos galhos de folhas e faúlhas, criavam-se brincadeiras simples, que proporcionavam horas de divertimento e convívio.
Lembrar as brincadeiras de outros tempos, viajando pela nossa História e pelas memórias, recordando como se entretinham as crianças, com os recursos disponíveis, transformando-os em criativas construções e invenções, é o que se propõe com esta oficina, na qual mostraremos como se costuravam e se criavam vários artefactos, a partir de folhas de árvore e faúlha de pinheiro. Os interessados serão convidados a experimentar e a criar os seus próprios artefactos, avivando as suas habilidades e a sua imaginação”.
ARTEFACTOS COM FOLHAS DE CASTANHEIRO E LOUREIRO, BORDADOS COM FAÚLHAS DE PINHEIRO BRAVO
Antigamente era comum, em várias zonas do país, crianças e adolescentes de ambos os sexos, reunirem-se debaixo de um castanheiro em flor, quando as suas folhas estavam no seu máximo esplendor, e recolher uma grande quantidade de folhas para fabricarem chapéus, sapatos, malas e outros artefactos.
Munindo-se de uma gavela (mão-cheia) de faúlhas ou fagulhas, secas, de pinheiro bravo (pinus pinaster), que eram usadas para furar e pontear as frescas e verdejantes folhas de castanheiro, ponham “mãos à obra” e confecionavam originais ornamentos.
A cultura do castanheiro na ilha da Madeira remonta ao início da colonização portuguesa, tendo-se mantido até aos nossos dias, devido aos seus vários usos: os frutos são usados na alimentação, frescos, secos ou transformados, existindo múltiplas receitas ancestrais que fazem parte da cultura gastronómica regional. A sua madeira foi, desde sempre, utilizada na construção de mobiliário, assim como no armazenamento e na conservação de vinhos ou aguardentes, contribuindo para a fama do “Vinho Madeira” e do rum agrícola. Esta espécie constitui, também, um elemento caracterizador de algumas das mais belas paisagens madeirenses.
Para além das folhas de castanheiro, utilizavam-se, também, as folhas do loureiro (laurus novocanariensis rivas, Mart., Lousã, Fern. Prieto, E. Dias, J. C. Costa &C. Aguiar) uma espécie endémica da Madeira e Canárias, na construção deste tipo de artefactos.
As folhas secas de pinheiro, são popularmente conhecidas, no seu conjunto, como caruma. Estas folhas são uma espécie de agulhas, emparelhadas, de cor verde escura, rígidas e grossas e com 10 a 25 centímetros de comprimento, no caso do pinheiro bravo, enquanto as do pinheiro manso são sempre um pouco mais pequenas.
Esta oficina promovida pelos Serviços Educativos do MEM, com a parceria das duas orientadoras, que detêm o “saber-fazer” da produção destes artefactos, pretende valorizar, salvaguardar e divulgar estes testemunhos do nosso património cultural lúdico, divulgando-se, em simultâneo, o nosso património natural.
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