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Porque a Secretaria Regional de Turismo e Cultura está a promover, de 2 a 26 de maio, a FESTA DA FLOR, o Museu Etnográfico da Madeira decidiu associar-se a esta comemoração, com uma oficina comunitária, atividade com a qual se pretende dar a conhecer as "flores de arraial", concebidas pelo povo, para ornamentar o espaço das festas e romarias, ao longo dos séculos, um "saber-fazer" passado de geração em geração, que faz parte do nosso património cultural imaterial e enriquece a nossa identidade cultural.

OFICINA COMUNITÁRIA “As Flores do Povo”
14 maio 2024
10H00 às 12H00; 14h30 às16H30
Espaço exterior do museu – Rua de S. Francisco

A oficina terá lugar no espaço exterior do museu, junto à Rua de S. Francisco e nela participarão todos os funcionários da equipa do museu, os visitantes, alunos e utentes das diversas instituições do concelho, procurando estreitar os laços com toda a comunidade.
A matéria-prima utilizada na confeção destes artefactos será, na sua maioria, material reutilizado, recolhido pela equipa do museu.
Aquele espaço será, depois, ornamentado, com as flores feitas por toda a comunidade, e a instalação ficará patente ao público até 26 de maio.
As flores, que parecem ter ocupado desde tempos imemoriais um lugar especial na vida dos homens, são usualmente utilizadas em todos os ritos de passagem, desde o nascimento até à morte. Já os povos pagãos acreditavam nos seus poderes mágicos, utilizando-as em diferentes práticas, associadas à fertilidade ou à abundância.
Algumas dessas consagrações florais, com raízes muito antigas, foram adotadas e transformadas pela Igreja e permanecem em muitas festividades religiosas, como é o caso das flores utilizadas para decoração do interior dos templos, durante as solenidades religiosas ou para ornamentar o espaço envolvente, onde terá lugar o arraial.
Utilizavam-se flores naturais, as chamadas "flores da época", colhidas nos campos, ou confecionavam-se flores de papel. A sua confeção era uma dessas tarefas comunitárias, que reunia dezenas de pessoas, aos serões, alguns meses antes da festa, sendo estes momentos propícios para fazer uma pausa no trabalho e sociabilizar, aproveitando os mais jovens para namorar, pois eram poucas as ocasiões em que as raparigas saíam de casa.
Esta variedade de flores era inspirada em diferentes espécies botânicas, nomeadamente os "cravos", as "flores de ervilha", os "cachinhos de uva", ou adquiriam outras designações populares, relacionadas com a utilização dessas espécies no quotidiano, como é o caso das "flores de anjo". São os cortes e dobragens do papel que definem a morfologia (número de pétalas e forma das flores.

Mais tarde foram vulgarizadas as flores com uma morfologia que exigia uma conceção mais simples, a que o povo designava por "flores dos tontos", atendendo ao facto de a sua simplicidade, como nos explicaram, "permitir que fossem feitas por qualquer tonto".
Eram recortados pequenos quadrados, que eram depois dobrados em "forma de fole", ou de "acordeão" e amarrados no centro. Usavam uma das extremidades de um arame para amarrar o centro de uma flor e a outra extremidade para uma outra.
Estes pares de flores eram colocados em longos arames, utilizados para ornamentar o espaço, designados por "corriolas". Esta é a morfologia mais comum, utilizada na confeção das flores de plástico de diferentes cores, usadas atualmente nos arraiais e que foram feitas nesta oficina.

Oficina Flores MEM A 2024

Flores de arraial 1 2024

Flores de arraial 2 2024

Flores de arraial 3 2024

Flores de arraial 4 2024

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