O Fortim do Faial deveria ser, no seu primórdio setecentista, uma pequena vigia, isto é, simples guarida com sentinela. Depois da colocação neste espaço, já no século XX, de antigas bocas-de-fogo, peças dos séculos XVIII e XIX, tomou a designação de forte.
No Fortim do Faial encontram-se sete bocas-de-fogo, em ferro, colocadas em estruturas de madeira. Não sendo originárias deste fortim, aponta-se a sua proveniência de embarcações inglesas desmanteladas, abandonadas nas praias e em fortes da Ilha da Madeira. Pertenceram à Quinta Catanho de Menezes e posteriormente integradas neste mirante.
Do Fortim do Faial, um dos ex-líbris do concelho de Santana, edificado numa localização privilegiada e sobranceiro ao mar, observam-se a serra e o Atlântico: as freguesias do Faial – cais, vigia e igreja –, São Roque do Faial, Porto da Cruz e a imponente Penha d´Águia, e, em plano de fundo, quando a atmosfera permite, a Ponta de São Lourenço e a Ilha do Porto Santo. Este fortim foi galardoado, em 2014, pela Condé Nast Traveler de Espanha.
Foi tradição o disparo de fogo do Fortim do Faial durante as festas de verão, especialmente do Santíssimo Sacramento e de Nossa Senhora do Faial, assinalando a saída da procissão, cujo fogo era ofertado pela família Catanho de Menezes à padroeira – Nossa Senhora da Natividade. Por razões de segurança foi suspensa esta prática e posteriormente retomada, com recurso a pólvora fraca e sem colocar em perigo pessoas e bens.
O Fortim do Faial, integrado no roteiro histórico e cultural do Faial, está aberto ao público desde 1999. Em 2023, após a sua aquisição pelo Governo Regional da Madeira (2022), foi sujeito a uma campanha de obras de beneficiação de forma a permitir a sua reabertura ao público, com nova organização expositiva e informativa, contando com a colaboração da Casa do Povo do Faial, Junta de Freguesia do Faia, da Empresa de Eletricidade da Madeira e do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza.
O Fortim do Faial está classificado de Imóvel Interesse Municipal, desde 1996.
Textos
Paulo Ladeira e Rita Rodrigues
Projeto e logística das obras de beneficiação
Filipa Abrantes
Fotografia
Filipe Matos, 2023