A Quinta “Monte Palace”, situa-se numa privilegiada zona alta da baía do Funchal, conhecida no século XIX, como importante estância de veraneio. Ao Monte liga-se uma tradição romântica, pelas frondosas árvores e jardins, de quintas que nos espreitam de vários ângulos.
No século XVIII o cônsul inglês no Funchal Charles Murray, comprou uma propriedade a sul da Igreja do Monte, tendo aí instalado a sua quinta de recreio, conhecida pela denominação de “Quinta do Prazer”. A propriedade foi adquirida em 1897 por Alfredo Guilherme Rodrigues, que construiu a atual casa da propriedade num estilo revivalista, tão ao gosto do final do século, inspirado na arquitetura do Reno. A Quinta foi transformada em Hotel, o prestigiado “Monte Palace Hotel”, fazendo parte do roteiro dos elegantes, e da aura de turismo cosmopolita do princípio de século na Ilha da Madeira.
Já em 1987, após longos anos de encerramento (desde 1943), o “Monte Palace Hotel”, foi adquirido a uma instituição financeira pelo empresário José Berardo, que a doou a uma fundação com o seu nome, nascendo assim o Jardim Tropical Monte Palace.
Após profundas obras de restauro, a casa da Quinta destina-se a exclusivo uso privado, mas os jardins foram abertos ao público. Realizaram-se grandes trabalhos de reordenamento da vegetação, assim como se procedeu à plantação de numerosas espécies. Foram introduzidas plantas exóticas, com uma importante coleção de cicas e proteas da Africa do Sul, azáleas da Bélgica, urses da Escócia, assim como um importante trabalho de plantação de espécies características da Laurissilva madeirense.
Os Jardins têm vindo a ser ornamentados, com numerosas aplicações decorativas de pedras de cantarias trabalhadas, provenientes de demolições arquitetónicas por todo o país. Do conjunto especial, destaque deve ser dado a um retábulo renascentista em pedra, de uma oficina coimbrã do século XVI.
Em integração no jardim está ainda colocada uma excecional coleção de azulejaria, maioritariamente portuguesa desde meados do século XVI até ao século XX. Esta coleção constitui-se como uma das maiores coleções portuguesas de azulejaria, com exemplares notáveis e raros do XVI e XVII, até a uma importantíssima coleção de azulejos portugueses, de figuração de meados do século XVIII.
Foi ainda criado um jardim oriental, com a presença de vários elementos arquitetónicos e escultóricos.
Num edifício construído de raiz estão instaladas outras coleções do Comendador José Berardo, como a de Escultura Contemporânea Africana, da região do Zimbabué, desde 1960, integrando-se neste movimento os artistas de Tengenenge desde 1966, assim como a Exposição Segredos da Mãe Natureza, com a sua coleção de minerais provenientes do Brasil, Portugal, África do Sul, Zâmbia, Peru, Argentina e América do Norte.