As memórias da Quinta das Cruzes cruzam-se com a vida e a história da cidade do Funchal. Documentada como a última residência de João Gonçalves Zarco, descobridor da Ilha da Madeira, esta Quinta Madeirense, representa mais de 500 anos da história da Ilha.
Enquanto espaço amuralhado, no contexto de uma malha urbana histórica e qualificada, é por definição uma “Quinta Madeirense”, constituída por casa de moradia, capela, casinhas de prazer e parque ajardinado.
A primitiva casa figura como residência de João Gonçalves Zarco, 1.º capitão donatário do Funchal que foi, posteriormente, ampliada pelo seu filho, João Gonçalves da Câmara, que terá aproveitado os mestres que trabalhavam na construção da igreja do Convento de Santa Clara, mandada erigir também sob os seus auspícios.
A Quinta permaneceu como residência da família Câmara até ao século XVII, altura em que entra na posse de outra distinta família madeirense – os Lomelino. A origem desta família recua a Urbano Lomelino, comerciante de origem genovesa, cuja presença na Ilha é datada de 1476.
Ao longo da permanência da família Lomelino, até final do século XIX, a Quinta das Cruzes sofreu grandes alterações, nomeadamente com a construção da arcaria da fachada principal, a edificação da Capela dedicada a Nossa Senhora da Piedade e, posteriormente, o corpo predominante do edifício principal.
A fundação do Museu Quinta das Cruzes tem início a 19 de Dezembro de 1946, data da assinatura da Escritura de Doação feita à Junta Geral do Distrito Autónomo do Funchal de toda a colecção de objectos de arte e antiguidades pertencentes a César Filipe Gomes. Neste documento estabelece-se que a referida doação de objetos e antiguidades (mobiliário, cerâmica, ourivesaria, joalharia, miniaturas, gravuras, pinturas, escultura, tapetes, colchas, etc.), é feita com o fim expresso de fazer instalar na Quinta das Cruzes um museu de Arte.
Após um longo processo de negociações com os então proprietários da Quinta das Cruzes (família Miguéis), este espaço foi adquirido pelo Estado em 1948, para se constituir um Museu de artes decorativas, com a ideia de ali se instalarem as coleções do seu primeiro doador, Filipe César Gomes.
Às coleções iniciais juntaram-se as de João Wetzler e de outros, assim como várias aquisições.
As coleções de artes decorativas abrangem núcleos diversos como Pintura, Escultura, Glíptica, Ourivesaria, Joalharia, Cerâmica, Desenhos, Gravuras e Mobiliário (de origem portuguesa e estrangeira, nomeadamente, inglesa) que se situam cronologicamente entre os séculos XV e a 1.ª metade do século XX.
Nos jardins podemos visitar o Orquestrofone, instrumento musical de reprodução mecânica de 1900 e o Parque Arqueológico com elementos escultóricos, datados entre os finais do século XV e o final do século XIX.
Serviços:
Educação
O Museu possui serviços educativos com técnicos próprios de apoio ao trabalho de relacionamento com os vários públicos, crianças, jovens, terceira idade e com necessidades especiais.
Biblioteca
Possui acervo documental e bibliográfico de apoio ao estudo das coleções, história da Madeira e Museologia, sendo disponibilizado a investigadores, professores e alunos, para pesquisa de trabalhos académicos.
Loja
Na Portaria/Loja do Museu venda e distribuição de material informativo como boletins, roteiros, postais, cartazes, catálogos sobre o Museu, as suas coleções, ou eventos temporários. Ainda a venda de reproduções de algumas peças das coleções, ou de outros Museus da Região.
Cafetaria
O Museu possui nos seus jardins uma cafetaria esplanada de apoio aos visitantes.
Acessibilidades:
O museu disponibiliza acessibilidades para portadores de deficiência motora ou com mobilidade reduzida (condicionada).
O museu disponibiliza edições em braille para invisuais.
Site Museu Quinta das Cruzes Boletim MQC n.º 13 Boletim Infantil MQC n.º 10
Visita online à exposição Numismática | Coleção Engenheiro Rui Vieira
Tutela:
O Museu Quinta das Cruzes é um organismo público, dependente do Governo da Região Autónoma da Madeira, tutelado pela Secretaria Regional de Turismo e Cultura / Direção Regional da Cultura.
Directora:
Teresa Pais
Morada:
Museu Quinta das Cruzes
Calçada do Pico, nº1
9000-206 Funchal
Telefone:
(+351) 291 740 670
Site:
http://mqc.madeira.gov.pt
Plataforma Online:
http://museus.madeira.gov.pt
Horário de abertura ao público:
Terça a sábado das 10h às 17h30 (em horário contínuo)
Encerrado domingo, segunda e feriados
Ingressos:
3.00 € - Normal
2,50 € - Bilhete de Grupo (6 ou mais visitantes - grupos organizados por agências de viagens ou associações)
1,50 € - Bilhete para reformados e portadores do cartão jovem
Entrada gratuita com caráter permanente para:
crianças; estudantes e professores desde que devidamente identificados; membros da APOM / ICOM ou de outas Associações de museologia, nacionais ou internacionais; jornalistas, guias e outros profissionais de Turismo, no desempenho das suas funções e devidamente identificados; funcionários da Direção Regional da Cultura (DRC) / Secretaria Regional do Turismo e Cultura (SRTC).
Como chegar:
Autocarros: Carreira Eco
Acesso pedonal a partir do centro da cidade ou em táxis.
Outras informações:
A Quinta das Cruzes foi classificada como Imóvel de Interesse Público, pelo Decreto 36.383 de 28 de julho de 1947.
O MQC integra a RPM – Rede Portuguesa de Museus desde 2002.