Possuindo a ilha da Madeira um denso arvoredo, desde o início da colonização que o povo recorreu à matéria-prima, que o ambiente colocou à sua disposição, para a construção de inúmeros artefactos utilitários, decorativos, lúdicos ou religiosos. Consequentemente, a manufatura de mesas, cofres, caixas e outros artefactos em madeira embutida, foi uma das atividades que surgiu e que teve uma expansão e expressão significativa na ilha.
O embutido madeirense é único. As tonalidades são naturais, sendo aproveitadas as melhores madeiras da nossa floresta Laurissilva, o que o distingue claramente dos trabalhos industrializados, nos quais se recorre a corantes. Das várias espécies utilizadas, obtêm-se as diferentes tonalidades, que embelezam os desenhos ornamentais.
Com a exposição temporária “Traços de madeira – A arte de embutir”, o museu procurou valorizar este património cultural, divulgando as obras de diferentes mestres embutidores que, ao longo dos séculos, dignificaram esta arte na Região.
Este artefacto lúdico é uma peça de artesanato moderno, da autoria da artesã Susana Ornelas, que iniciou-se nesta arte, em 1996, orientada pelos mestres embutidores João Nóbrega e Luz Ornelas.
Utilizando técnicas tradicionais ancestrais, a artesã concebe variadas peças de artesanato tradicional e moderno, de caráter utilitário e decorativo. Ao longo dos anos as obras desta artista foram várias vezes premiadas, sendo o seu trabalho reconhecido a nível regional e nacional.
Esta sua obra, intitulada “O meu 1º Livro”, trata-se de um brinquedo didático que desperta a curiosidade de crianças e adultos e mostra como é possível, no mundo artesanal, conseguir-se uma ligação harmoniosa e criativa entra a tradição e a inovação.
As exposições Temporárias do Museu Etnográfico da Madeira
“Traços de madeira – A arte de embutir”
Créditos: Museu Etnográfico da Madeira