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No âmbito do projeto desenvolvido no Museu Etnográfico da Madeira e do qual resultou uma exposição temporária e a edição, em 2019, do livro “Festas e Romarias da Madeira” (o Nº3 da nossa coleção “Cadernos de Campo”, premiada com o Prémio APOM 2019, na categoria de Investigação), o museu decidiu partilhar, nas suas páginas das Redes Sociais (Facebook e Instagram) diferentes álbuns, com algumas imagens, que fazem parte dessa obra.
O ano passado partilhámos várias festas, de todos os concelhos, procurando assinalar alguns aspetos que as caraterizavam.
Iremos, agora, divulgar alguns artefactos, relacionados com os rituais profanos e religiosos das festas e romarias.
Esta semana, divulgamos as "castanholas da Tábua".
Estes instrumentos tradicionais são tocadod na época natalícia, a caminho das “missas do parto e do galo” e por altura das festas e romarias, nos meses de verão, atraindo muitos romeiros.
É na Tabua, freguesia pertencente ao concelho da Ribeira Brava, e em algumas zonas próximas, que estes instrumentos musicais possuem maior tradição. Não se sabe ao certo se foram introduzidas pelos primeiros colonos ou se são uma invenção local.
Era habitual, naquela freguesia, juntarem-se grupos de homens, aos Domingos ou à noite, para construírem castanholas com diferentes formas e dimensões, procurando inovar na forma de tocar e nos resultados acústicos obtidos, rivalizando entre si.
Esta rivalidade terá incentivado a construção destes instrumentos e estará provavelmente na origem do aparecimento de uma maior variedade morfológica, na Ribeira Brava e na Ponta do Sol. Nestes concelhos estes idiofones de percussão direta adquiriram caraterísticas muito peculiares. É o caso das castanholas com grandes dimensões, quadrangulares, retangulares e ovais ou com formas zoomórficas (galinhas ou cabeças de cão), que eram acionadas por um cordel. Surgiram artefactos muito originais, como este “avião de castanholas”, da autoria de Alfredo Rodrigues Luzirão, que terá feito sucesso nos anos quarenta do século passado. O autor fez esta réplica, desse instrumento, que foi doada, pelo Escultor António Rodrigues, ao Museu Etnográfico da Madeira, fazendo parte do seu acervo.
Para tocar castanholas simples, alguns tocadores utilizavam uma só mão, outros usavam uma castanhola em cada mão, enquanto outros tocavam castanholas de grandes dimensões, utilizando ambas as mãos.
Quando tocadas, as castanholas são encaixadas na palma da mão e presas com um fio, que passa no dorso da mão e no dedo médio. O tocador flete o punho e fecha ligeiramente a mão, formando uma concha.
Existem vários tipos de toques, transmitidos de geração em geração, nomeadamente os popularmente conhecidos por “toque dobrado”, “tocar novo”,” três pancadas” e “bailinho”

Créditos: Museu Etnográfico da Madeira

castanholaso

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