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Festas e Romarias da Madeira. Artefactos religiosos ou profanos. 
No âmbito do projeto desenvolvido no Museu Etnográfico da Madeira e do qual resultou uma exposição temporária e a edição, em 2019, do livro “Festas e Romarias da Madeira” (o Nº3 da nossa coleção “Cadernos de Campo”, premiada com o Prémio APOM 2019, na categoria de Investigação), o museu decidiu partilhar, nas suas páginas das Redes Sociais (Facebook e Instagram) diferentes álbuns, com algumas imagens, que fazem parte dessa obra.
O ano passado partilhámos várias festas, de todos os concelhos, procurando assinalar alguns aspetos que as caraterizavam.
Iremos, agora, divulgar alguns artefactos, relacionados com os rituais profanos e religiosos das festas e romarias.
Esta semana, divulgamos o "Registo" , estampa de devoção, que constitui uma das expressões iconográficas mais importantes da religiosidade popular.
Representam a imagem protetora de Deus, de Nossa Senhora e dos santos e santas, plasmada numa tira de papel, acompanhada essencialmente pelo nome da figura religiosa e por uma oração.
O registo teve origem nas miniaturas ou iluminuras, pequenas pinturas religiosas, usadas para ilustrar as páginas dos livros, produzidos nos conventos e abadias da Idade Média.
Como eram usados diariamente nos contextos religiosos, alguns estragavam-se e eram inutilizados. Sendo as miniaturas recortadas e usadas como objeto de devoção e não havendo quantidade suficiente para satisfazer a procura, os pintores passaram a produzi-los, essencialmente, com este propósito.
Os registos impressos em papel, surgem mais tarde, a partir da invenção da imprensa, no século XV e a utilização da técnica da gravação e estampado, com todas as suas variantes, até finais do século XVIII: a xilografia, a calcografia e a litografia.
Estes registos, rapidamente se tornaram populares pois, por um preço irrisório, o povo podia dispor de uma imagem em sua casa, das suas imagens de devoção.
Nas festas e arraiais, o peregrino compra, à Igreja, a imagem do seu "Santinho" e era costume, por vezes, os homens colocarem-no na fita do seu chapéu, em sinal de devoção, levando-o para casa, onde funcionava como presença protetora.
Também os festeiros, ao visitar os paroquianos, para recolher oferendas, ou dinheiro para cobrir as despesas com as festas, transportam, por vezes, imagens do santo em papel, que são oferecidas aos fiéis, após a entrega do donativo.
A maior parte dessas imagens são de Nossa Senhora e de santos, pois o povo associou-os a um determinado poder, invocando-os para protegê-los contra um determinado mal ou doença.

santinho

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