LogoCmadeira2020

LogoSRTC2020

PT EN

Festas e Romarias da Madeira: O Espaço e a Festa. 
No âmbito do projeto desenvolvido no Museu Etnográfico da Madeira e do qual resultou uma exposição temporária e a edição, em 2019, do livro “Festas e Romarias da Madeira” (o Nº3 da nossa coleção “Cadernos de Campo”, premiada com o Prémio APOM 2019, na categoria de Investigação), o museu decidiu partilhar, nas suas páginas das Redes Sociais (Facebook e Instagram) diferentes álbuns, com algumas imagens, que fazem parte dessa obra.
O ano passado partilhámos várias festas, de todos os concelhos, procurando assinalar alguns aspetos que as caraterizavam.
Iremos, agora, divulgar alguns artefactos, relacionados com os rituais profanos e religiosos das festas e romarias.
Esta semana, o museu divulga as "Choradeiras".
A iluminação era parte constituinte da ornamentação do espaço e era montada com o auxílio de "gambiarras", ou seja, um sistema de iluminação formado por várias lâmpadas enfileiradas, sustentadas por um fio.
O frontispício da igreja era iluminado com estes cordões de luzes, que se desdobravam em "gambiarra", no adro e nas ruas mais próximas, bem como ao longo dos caminhos que circundavam o local da festa.
No entanto, além desses cordões de iluminação, com lâmpadas de diversas cores, dispostos de modo a formar diferentes desenhos, eram colocados, também, em determinados espaços, outros artefactos de iluminação, formando símbolos religiosos, como a "cruz" ou a "custódia", ou outras estruturas, meramente decorativas, como esta que apresentamos, popularmente conhecida, por "choradeira".
Antigamente, as lâmpadas utilizadas nesta iluminação, eram pintadas pelos próprios, que recorriam a verniz, de diferentes cores, para esse efeito, utilizando um método curioso. Eram colocadas na gambiarra que, ligada à eletricidade, era pendurada numa parede. Depois, colocavam o verniz num copo e, uma a uma, iam mergulhando as lâmpadas, deixando-as a escorrer e a secar, cerca de 30 minutos, de modo ao verniz aderir ao vidro, por ação do calor.
É interessante relembrar que, em tempos ainda mais recuados, a eletricidade para estas iluminações era produzida por geradores volantes ou utilizavam-se fogos naturais, de azeite, em tijelas coloridas, escamas de cebola, valvas e, mais raramente, por meio de velas de estearina, dentro de balões de papel.

choradeiraso

 

Este sítio utiliza cookies para facilitar a navegação e obter estatísticas de utilização. Pode consultar a nossa Política de Privacidade aqui.