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As Coleções do Museu Etnográfico da Madeira. Instrumentos Musicais.
A tradição de tocar o pife restringe-se atualmente ao Sítio da Primeira Lombada, freguesia da Ponta Delgada, concelho de São Vicente.
"O pife tem caraterísticas muito peculiares, pois é o único aerofone de bisel tradicional na Madeira. Trata-se de um pedaço de canavieira de 20 a 25 cm de cumprimento e cerca de 1,5 cm de diâmetro. Corta-se junto ao nó, de modo a ficar a extremidade tapada. A cerca de 1 cm desta, perfura-se a embocadura, com um ferro em brasa. O mesmo ferro serve para fazer os dois ou três furos próximo da outra extremidade, de onde sairão as diferentes notas entoadas.” (CAMACHO; TORRES, 2006)
Era tocado para "despertar" a população para as tradicionais missas do parto e a caminho destas, até à chegada à Igreja. Tocavam-no também na Serrada da Velha, um ritual festivo (e subversivo) com origens em rituais pagãos vegetativos do solstício de inverno, que tem lugar na Quaresma, época que antecede a Páscoa, ritual este que sobrevive apenas nesta freguesia. Antigamente, o seu toque era também utilizado ao fim da tarde, durante as três semanas que antecediam a noite de Natal, como forma de chamar as pessoas para reunirem-se numa casa local, para ensaiar as romagens da Missa do Galo, algo que era levado muito a sério. O uso deste instrumento perdurou ao longo do tempo, mantendo-se ainda a tradição
Esta peça pertence a João Faria, um dos últimos tocadores de pife, que a cedeu, temporariamente, ao museu, para uma exposição e publicação do livro “Artefactos em cana vieira”, o Nº1 da Coleção “Cadernos de Campo”.

BIBLIOGRAFIA: CAMACHO, Rui, TORRES, Jorge; Catálogo “Instrumentos musicais da tradição popular madeirense”, Centro de Documentação Musical Xarabanda, 2006.
pifeo
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