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Porcelana “bone china”, decoração estampada e dourado.
Copeland, Inglaterra, 1875-1890.
Serviço de café com decoração estampada, a cor-de-laranja sobre branco e orla dourada. O conjunto é composto por um tabuleiro, um açucareiro, oito chávenas, com os respetivos pires e colheres. O tabuleiro, de borda lobulada recriando as pétalas de uma flor, podia ser usado para dispor e servir canapés ou pequenos doces que acompanhavam o café. O açucareiro, em forma de campânula invertida, possui uma tampa cuja pega, oval, é pintada a dourado. As chávenas são cilíndricas, com asa, e os pires, diminutos, contrastam com as colheres, brancas ornadas a dourado.
A decoração, de inspiração chinesa, representa uma paisagem com um salgueiro inclinado à beira rio, uma casa de chá e um pavilhão à esquerda, uma embarcação, uma ilha e dois pássaros voando. A porcelana que chega à Europa da China, em maior quantidade a partir do século 17, associava a beleza ao requinte e possuía uma resistência e durabilidade nunca vistas e que sempre se tentou imitar. A própria China, então pouco conhecida e exótica, exercia um enorme fascínio no Ocidente, originando no século 17 um tipo de decoração designado “Chinoiserie” que marcou as Artes Decorativas europeias e se popularizou até ao século 19. Este termo afrancesado identifica a produção europeia de temas chineses, adaptados ao gosto ocidental numa interpretação mais fantasiosa do que realista. Deste modo, nos meados do século 18, as primeiras porcelanas fabricadas na Inglaterra procuraram reproduzir os padrões da cerâmica azul e branca chinesa. Esta tendência acentua-se ainda mais a partir de 1750, quando a adoção da técnica da estampagem que veio revolucionar toda a indústria cerâmica, garantindo o aumento da produção a um custo mais acessível.
É precisamente este “mandarin pattern” associado ao gravador Thomas Minton, cerca de 1780, um dos primeiros padrões a ser utilizado por Josiah Spode, empresário e fabricante de loiça, de Staffordshire. Entre 1781 e 1784, foi ele o responsável pela introdução naquela localidade da técnica de impressão ou de estampagem, método industrial que vem simplificar e agilizar os processos de decoração cerâmica, amplamente usados na disseminação e reprodução deste e de outros padrões seus derivados. Simultaneamente foi ele ainda quem, cerca de 1796, aperfeiçoou e ultimou a pasta inglesa “bone-china” usada neste serviço e que é um tipo de porcelana branda, em cuja composição entram as cinzas de ossos.
A marca impressa neste conjunto, era utilizada entre os anos de 1875 e 1890, pela W. T. Copeland & Sons, empresa que resulta da fusão de duas outras, a de William Taylor Copeland (1765-1826) e a do célebre fabricante Josiah Spode I (1733-1797), de quem herda este preciso padrão. Neste último quartel do século 19 já era sentida a necessidade de inovar, de apresentar novos padrões decorativos, com outras inspirações e novas cores, assim ao azul, somaram-se primeiro o preto, o castanho, o verde, o multicolorido, o cinzento e só mais tarde o rosa e o laranja.
Créditos: Casa-Museu Frederico de Freitas
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