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As Coleções do Museu Etnográfico. Vitivinicultura.
A cana vieira (“Arundo Donax” L.) é uma planta que se encontra disseminada por todo o arquipélago da Madeira e é de grande utilidade. Pertence à família das gramíneas de colmos altos, lenhosos e ocas nos entrenós. Cresce tanto nos terrenos do litoral como nos de zonas montanhosas. No entanto, as melhores áreas para o seu cultivo, vão desde o nível do mar até aos 750 metros de altitude. É facilmente reconhecível pelos tufos que formam os seus caules, longos e eretos, de uma cor verde clara, inconfundível.
Era utilizada como matéria-prima no fabrico de diversos artefactos, nomeadamente instrumentos utilizados na faina agrícola e na atividade piscatória, cestaria, utensílios de tecelagem, artefactos ligados às atividades artesanais de pirotecnia e olaria, instrumentos musicais, gaiolas e armadilhas para pássaros ou artefactos lúdicos. Outrora, foi usada também em técnicas de construção, na arquitetura popular, nomeadamente para a construção de paliçadas, tabiques e tetos e está presente na nossa toponímia, na literatura popular e medicina tradicional e em inúmeros rituais das nossas festividades cíclicas.
Na faina vitivinícola era com cana vieira que se fabricava este utensílio, o chamado “argau”, instrumento que utilizavam para verificar a que altura estava o vinho na pipa mas que tinha uma dupla função, pois também servia para provar o vinho, utilizando-se uma das suas extremidades, a qual permanecia inteira, a partir do último entrenó, servindo de contentor de líquidos.
Muito engenhoso o povo soube recriar este equipamento de adega, com os recursos naturais que tinha à sua disposição já que, nas adegas mais abastadas, este aparelho, destinado a colher amostras de vinho, em diversas alturas e em função das necessidades, era de cobre, ferro ou latão.
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