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O cuscuz chegou à Península Ibérica através dos muçulmanos e terá sido introduzido na Madeira pelos escravos ou pelos primeiros colonos. 
O consumo deste alimento, confecionado com farinha de trigo, pode ser feito após a sua cozedura, ainda quente, ou, quando se pretende a sua conservação, esfarelam-no à mão, após arrefecer, para separá-lo em pequenos grãos e colocam-nos a secar, ao sol cerca de três dias. No Inverno, a secagem tem lugar no interior da casa. Por fim é guardado em sacos de algodão ou de "estopa" (linho), sendo hoje mais comum o uso de sacos de plástico.
O cuscuzeiro é um vaso de barro, com fundo semioval, perfurado com pequenos orifícios, que é utilizado pra cozer o cuscuz, a vapor.
Depois de amassado e granulado, o cuscuz é cozido.
Resumidamente, enchem a panela com água, até um terço da sua altura, de modo a que esta, ao ferver, não atinja o cuscuzeiro. No fundo da panela, colocam pequenos fragmentos de loiça partida ou cascas de caramujos, cujo tilintar, indica-lhes que a água está em ebulição.
Para evitar a perda de calor, colocam uma massa, na junção entre a panela e o cuscuzeiro, a qual pode ser feita com “rolão” (farinha de trigo grosseira) farelo ou batata-doce cozida.
No fundo do cuscuzeiro, por baixo da toalha, na qual vai ser cozido o cuscuz, colocam dois paus, em forma de cruz, utilizando, para esse efeito, “gavinhas” (caule do feijoeiro) ou qualquer palha seca, sem odor, de modo a fazer circular o vapor de água. Enchem o cuscuzeiro, e, com o auxílio de uma colher de pau, fazem alguns orifícios no cuscuz, onde colocam ramos de segurelha.
Cobrem-no com as pontas da toalha e por cima desta colocam um cobertor. Este recipiente é ainda tapado com um alguidar de barro ou um tampo de madeira. A panela é colocada ao lume e, após a fervura da água (sinalizada pelo “talingar” dos cacos ou cascas), deixam-no a cozer, em lume brando, durante cerca de uma hora e meia.

As Coleções do Museu Etnográfico da Madeira
Utensílios Domésticos: Cuscuzeiro

Créditos: Museu Etnográfico da Madeira

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