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D. Francisco de Moura Corte Real era neto de D. Cristóvão de Moura, o todo-poderoso ministro de Filipe II (I de Portugal), que foi um dos principais apoiantes da entrada em Portugal do Duque de Alba.

O nosso retratado era filho de D. Manuel de Moura, 2º Marquês de Castelo Rodrigo, embaixador extraordinário de Espanha em Roma, onde conheceu o célebre arquiteto barroco Francesco Borromini, a quem encomendou a decoração interior da capela funerária na cripta do Mosteiro de São Bento da Saúde, em Lisboa. D. Manuel de Moura foi ainda Governador dos Países Baixos Espanhóis.

Em 1647, sendo gentil-homem da corte de Filipe IV de Espanha constrói uma casa nos arredores de Madrid, La Florida, hoje desaparecida.
Conhece-se uma outra gravura, mais próxima ao retrato da coleção do Museu Quinta das Cruzes, onde D. Francisco acumula já, todos os títulos de que era herdeiro: Marquês de Castelo Rodrigo, Conde de Lumiares, Senhor da Ilha Terceira e do Faial, Comendador da Ordem de Cristo e Capitão General da Bélgica, que foi entre 1664-1668, representado no nosso retrato pelo bastão de comando que segura na mão e a faixa vermelha cruzada sobre o peito.

Casou com D. Ana Maria de Moncada y Aragão, filha do Duque de Montalto e veio a falecer em 1675. Teve duas filhas, D. Leonor de Moura Corte Real, casada com o 2.º Marquês Almonacid de los Oteros e D. Joana de Moura Corte Real, 5.ª Marquesa de Castelo Rodrigo, casada com o príncipe Di San Gregório.

Sem o hieratismo dos retratos ibéricos coevos, o retrato de D. Francisco de Moura Corte Real, revela um gesto largo de pose majestática e determinada, com especial cuidado na descrição anatómica e argúcia, revelada na expressão da face e do olhar. Aproxima-se da grande tradição nórdica, especialmente flamenga e holandesa do retrato, que se desenvolvia desde meados do século XVI.

Fonte: “Obras de Referência dos Museus da Madeira, 500 anos de História de um Arquipélago”; SRE/DRAC/DSM; 2009. [entrada de catálogo nº. 68].

Sugerimos para leitura complementar sobre esta peça, o artigo de Anísio Franco (atual subdiretor do Museu Nacional de Arte Antiga) intitulado “Retrato de um Sonhador”, publicado no ano 2000 na revista Arte Ibérica, n.º 33, o qual disponibilizamos na galeria de fotos desta rubrica.

 

Créditos: Museu Quinta das Cruzes.

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Retrato de D. Francisco de Moura Corte Real 3º Marquês Castelo Rodrigo | Países Baixos, Flandres (?) | Século XVII | Pintura a óleo sobre tela | A. 148 x L. 130 cm | MQC 2255

©PedroClode 2009

Retrato de meio corpo envergando uma armadura, com braço apoiado à cintura e outro sobre mesa forrada a seda brocada, e onde repousa também o seu elmo emplumado.
Cruzada sobre o peito, uma faixa de seda vermelha, amarrada lateralmente por laço. Abaixo da faixa, suspende-se, sobre o peito, a insígnia da Ordem de Cristo. Na mão direita, segura um bastão, símbolo de comando.
No canto superior esquerdo, a inscrição: "D. Fran.co Moura / 3º Marq. De Castelo/Rodrigo".
No canto superior direito, suspenso sobre as nuvens, as suas armas, sob a coroa de marquês.

 

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[Pormenor] Retrato de D. Francisco de Moura Corte Real 3º Marquês Castelo Rodrigo | Países Baixos, Flandres (?) | Século XVII | Pintura a óleo sobre tela | A. 148 x L. 130 cm | MQC 2255

©PedroClode 2009

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Anísio Franco "Retrato de um Sonhador" in Arte Ibérica n.º 33, março de 2000

 

 

 

 

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