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Esta garrafeira, de criação regional, integra-se numa produção artesanal de peças de embutidos madeirenses. Uma tradição centenária, consubstanciada por um grande desenvolvimento no século XX, fez aparecer na Ilha da Madeira peças de embutidos de grande virtuosismo.

Esta tradição implementada em Portugal e na Europa desde o final do século XVIII vai acentuar-se ao longo do século XIX e proporcionar, no caso regional, um grande florescimento a partir da criação da Escola Comercial e Industrial do Funchal.
A aplicação de embutidos de madeira, desenvolveu-se em Portugal, sobretudo no reinado de D. Maria I. Em Inglaterra, correspondendo ao mobiliário do fim do século XVIII e princípio do século XIX, é notável a sua aplicação. Na Madeira, estes dois centros, foram essenciais enquanto modelos para o aperfeiçoamento desta técnica, para além das produções Holandesas dos séculos XVII e XVIII.

Na Madeira apontamos, como exemplo muito recuado, Filipe Correa, que trabalhou para Bartolomeu João, mestre de fortificações do Funchal, no ano de 1656. Refira-se ainda o "Pára-Vento", de embutidos de madeiras, da Igreja do Colégio de São João Evangelista, datada de 1725.

A criação de uma aula de pintura, em 1809, ministrada por Joaquim Leonardo da Rocha, assim como, a Aula de Desenho no Liceu, em 1837, deve ter influenciado o desenho aplicado ao embutido, pela formação de vários técnicos.

Aquando da estadia de D. Carlos de Bragança, Rei de Portugal, na Ilha da Madeira, foi-lhe oferecida uma mesa, no dia 24 de junho de 1901, na visita à Feira Agrícola e Industrial, no Campo D. Carlos. Essa mesa, hoje conservada na Fundação D. Manuel II, foi executada pelo mestre Eduardo Pereira.

As madeiras que desde sempre foram utilizadas nos embutidos, são indígenas como o Til, Vinhático, Perado, Urze, Sanguinho, Teixo, Cedro. Mais tarde foram introduzidas a Nespereira, Laranjeira e o Buxo.

Fonte: “Obras de Referência dos Museus da Madeira, 500 anos de História de um Arquipélago”; SRE/DRAC/DSM; 2009. [entrada de catálogo nº. 202].

Créditos: Museu Quinta das Cruzes.

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Garrafeira| Ilha da Madeira | Fim do século XIX | Vinhático e til, madeira folheada e marchetada, decorada com embutidos de madeira | A. 40,5 x L. 36,5 x P. 36,5 cm| MQC 2253

“Cellaret” de forma octogonal, folheado e marchetado com tampo liso, com demarcação de triângulos formados pelo folheado.

©PedroClode2009

 

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As frentes apresentam decoração marchetada, compondo centros polilobados, decorados com motivos regionais (casas, vilões, animais) alternando com centros preenchidos por decoração vegetalista (folhas de videira e cachos de uvas) relacionada maioritariamente com a temática vinícola.

©PedroClode2009

 

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Inscrição: "João Antonio de Souza Artista Madeirense"

A obra de embutidos esteve presente em 1850 na “Exposição Industrial” realizada no Palácio de São Lourenço, no Funchal, tendo sido premiado, como melhor ensamblador, António José de Abreu. Conhecem-se ainda os nomes dos marceneiros Manuel Gaspar, Passos Freitas, João de Sousa e Francisco Franco de Sousa, pai de Henrique e Francisco Franco.

©PedroClode2009

 

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