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As coleções do Museu Etnográfico da Madeira. 
Apesar da cultura da bananeira ocupar um lugar importante na produção agrícola da ilha, a sua palha é subaproveitada sendo utilizada, essencialmente, pelos agricultores.
É usada para adubar a terra, quando deixada no terreno a apodrecer, é utilizada como substituto de cordas, servindo, por exemplo, para amarrar a vinha, para “enxertar”, amarrar os tomateiros ou para fazer os chamados “cabos de cebolas”. Utilizam-na, ainda, nas suas adegas, para vedar os “batoques” das pipas, ou para tapar fissuras da tampa ou das aduelas de madeira das pipas, quando estas começam a deteriorar-se, evitando a saída do líquido.
O seu aproveitamento, na produção artesanal, também nunca foi muito comum, com exceção da sua utilização na produção cesteira tradicional, já extinta.Mas, aproveitar de forma inteligente, os recursos naturais que o meio coloca à sua disposição, é uma das qualidades daqueles que trabalham no mundo artesanal e foi, desse modo, que alguns artesãos contemporâneos, se dedicaram à criação de peças, utilizando esta fibra vegetal como matéria-prima, reaproveitando-a e renovando o artesanato tradicional madeirense.

Na Oficina, «musapel», de Manuel Egídio Alves Fernandes, produzem-se peças de artesanato sustentáveis. Segundo o artesão, as peças são concebidas a partir de películas e areias vegetais secas, não resinosas. No processo criativo são aproveitados restolhos de jardim, folhas e troncos de árvores e cascas de fruta, tirando partido das suas estruturas fibrosas, dos seus amidos e óleos naturais, usados na construção e isolamento das peças artesanais.
Foram desenvolvidos instrumentos de secagem e fiação, para as bainhas dos troncos das bananeiras, usados na produção de bases, taças, tigelas e de peças em macramé, aproveitando-se a abundância local da matéria-prima proveniente desta árvore de fruto. Os produtos acabados são orgânicos e recicláveis, emanando os aromas naturais das fibras utilizadas. Trata-se de um tipo de artesanato que contribui para a sustentabilidade económica e ambiental.
É o caso desta bolsa, que faz parte de um conjunto de peças adquiridas pela Secretaria Regional de Turismo e Cultura, em 2022, no âmbito do projeto promovido pelo Museu Etnográfico da Madeira, “Artesanato madeirense, Valorize e Compre o que é Nosso” e que hoje faz parte do acervo do museu.
 
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