Na rúbrica "um dia uma obra", algumas notas sobre a artista Ção Pestana.
Assunção Pestana nasceu no Funchal, em 1953. Artista visual e professora universitária, tem o bacharelato em Cine-Vídeo (1986), licenciatura em Arte, Arqueologia e Restauro/DESE (1990), mestrado em História Ibero Americana (1996), doutoramento em Didática e Organização Educativa (2011).
Foi Bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, entre 1987 e 1988, Madrid. Na qualidade de investigadora na área artística tem participado, como palestrante, em diferentes congressos e publicado documentos nos domínios das Artes Visuais, TICS e Educação Artística, recebendo várias menções pela sua participação nessas publicações.
Em 1975/1978, inicia a sua intervenção pública e artística no Grupo de Intervenção do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra.
Em 1979, com a exposição “Anéis de Vénus”, no CAPC, inicia o se percurso artístico individual. Participa e coopera com Wolf Vostell (artista alemão pioneiro na Videoarte, no Happening e participante ativo do movimento Fluxus) no domínio da performance.
Foi membro do grupo Inter-Criatividades, CAPC, entre 1979-80, e do “VídeoPorto”, grupo de videastas no Porto.
Realizou várias outras exposições individuais, das quais destacamos: “Vénus/Ção”, CAPC; “Ária II”, Galeria Árvore; “Refuseds”, Fundação José Rodrigues; mais recentemente, em 2018, “Olhos Vivos” no Espaço Mira, Porto.
Participou em várias edições da Bienal de Vila Nova de Cerveira e em várias coletivas, de entre as quais destacamos: “Artistas Portugueses de Hoje”, Museu de Arte Moderna de S.Paulo, Brasil; “50 Anos de Arte Portuguesa”, Museu Calouste Gulbenkian; “30 Anos da Bienal de Vila Nova de Cerveira, Exposição dos Artistas Premiados”; “Horizonte Móvel-Uma Perspetiva sobre as Artes Plásticas na Madeira 1960-2008”, 2008, e “Experiência da Forma II”, 2016, no MUDAS.Museu de Arte Contemporânea da Madeira; “Espacio P. 1981-1997”, Madrid (2017); “LABoral” , Gijón (2018).
Ganhou os seguintes prémios: Menção Honrosa de Performance, Vila Nova de Cerveira, 1985; Prémio de Videoarte portuguesa da Fundação Calouste Gulbenkian, 1986, com a obra “Alternâncias”; Artista premiada em “Imagens Cínicas”, Bienal de Cerveira para artistas premiados.
Ção reflete sobre o tempo, a memória, as relações de poder, a marginalização, a tortura e as questões de género: “(...) no fundo, são radiografias das sociedades. Os artistas fazem isso, dizem o que se esta a passar naquele momento de uma forma diferente do repórter ou documento.”
Intervenciona os registos visuais das suas performances, (re)criando, assim, novas peças. Como esta série de fotografias apresentada hoje.
Créditos: MUDAS.Museu de Arte Contemporânea da Madeira.