As operações de tratamento do linho, desde que é colhido até ser tecido no tear, são designadas popularmente por “tormentos do linho”. Esta designação está plenamente justificada se atendermos às inúmeras e árduas tarefas que são necessárias realizar.
Depois de colhido, o linho é “ripado”, para separar as sementes das plantas e mergulhado na água para curtir. É lavado e colocado ao sol, durante alguns dias, para secar. Depois de seco, é malhado para permitir a trituração. Após esta operação é desfibrado da textura lenhosa, na “gramadeira” e é “tasquinhado”, separando‑se os restos inúteis. Novamente seco ao sol é sedado no “sedeiro”, separando‑se o linho puro da “estopa”. Depois é fiado na “roca”, “ensarilhado”, cozido no forno e posto a corar, seguindo‑se, ainda as operações de “dobar”, “canelar”, “urdir” e, finalmente, “tecer”.
A “assedagem” é a última fase do processo de tratamento das fibras, durante a qual, separam‑se as fibras longas (o linho puro) das mais curtas (a estopa).
Para proceder a esta operação a mulher senta-se em frente ao “sedeiro”, pega numa porção de linho, a chamada “estriga” ou “maúça”, desata‑lhe as pontas, enrola uma delas no dedo indicador da mão direita, sacode‑a para a endireitar e passa‑a sobre o “sedeiro”, em movimentos leves, cuidadosamente, penteando‑a primeiro nos dentes mais grossos e depois nos dentes mais finos. Terminado um lado, inverte a posição da “estriga” e realiza a mesma operação no outro lado. Postas em pequenos molhos elas estão prontas para colocar na roca e fiar.
As Coleções do Museu.
“Tormentos do Linho".
Tecelagem.
Créditos: Museu Etnográfico da Madeira.