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Ao contrário dos outros cereais, só a partir do século XIX é que o milho começou a desempenhar um papel de relevo na paisagem agrária do arquipélago. Difundido em larga escala no norte, favorecido pela abundância de águas, adquire, no entanto, um lugar preponderante na dieta alimentar rural.
Quando se dá a floração, as espigas ou “maçarocas”, como são popularmente designadas, são colhidas, ficando os pés com as folhas no terreno, para a alimentação dos bovinos.
As “maçarocas” são utilizadas tenras, cozidas, ou o grão é debulhado, ou seja, separado da espiga, para a produção de farinha. Neste último caso, é feita a colheita e são postas a secar ao sol, durante algum tempo, em armações denominadas “gastalhos”, ou em “pinhas”, em frente às casas ou nos terraços.
Depois de secar uns dias, o milho é debulhado. Para soltar o grão, utilizava-se, tradicionalmente, o canzil, utensílio de reduzidas dimensões, constituído por um bocado de madeira, com três pequenos arcos em ferro, colocados numa das faces, ou a própria maçaroca, esfregada uma na outra. Esta tarefa era feita na unidade doméstica, recorrendo-se ao auxílio dos vizinhos. Era geralmente uma tarefa atribuída ao sexo feminino e constituía um momento de entreajuda e alegre convívio.
Embora o seu uso não tivesse sido muito comum na nossa ilha, existiam debulhadores de milho manuais, como este pertencente ao acervo do museu, que terão sido, provavelmente, introduzidos no arquipélago por emigrantes.
Através de uma manivela, o utilizador acionava uma engrenagem, que permitia fazer a debulha das espigas rapidamente e com pouco esforço. As maçarocas eram colocadas numa abertura, existente na parte superior, e o movimento rotativo da manivela, fazia mover duas rodas dentadas, no interior, entre as quais passavam as espigas, as quais iam perdendo os grãos, que saíam por uma pequena calha de ferro, existente na parte inferior deste mecanismo.
As Coleções do Museu. 
O Ciclo dos Cereais. 

Créditos: Museu Etnográfico da Madeira

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