Museu Etnográfico da Madeira - Medicina Popular. 
A aguardente é uma bebida de elevado teor alcoólico, resultante da fermentação ou destilação de frutas e produtos vegetais, como os cereais, os tubérculos, a cana-de-açúcar, algumas espécies de bambu e outros. 
No campo da medicina, a aguardente é utilizada, há séculos, como um remédio tradicional, consumida com o intuito de auxiliar a digestão e para ajudar a combater infeções.
Ao ser misturada com partes das plantas, como ramos, raízes, cascas e frutas, que possuem propriedades terapêuticas, descobriu-se que essas propriedades passavam para o álcool, o qual preservava os seus componentes ativos por mais tempo. 
Era com a ingestão deste preparado que se curava, antigamente, algumas maleitas.
A “infusão” (maceração), pode ser preparada, deitando-se algumas plantas inteiras no líquido, ou, espremidas, separadamente, coadas e deitadas num recipiente. 
Deve ser conservada em temperatura ambiente, num local seco, para evitar os microorganismos e sem sol pois, segundo o povo, a luz e o calor "queimam" a mistura, podendo-a deteriorar.
O povo costumava tomar a infusão logo pela manhã, porque acreditava que "matava os bichos do corpo". Daí designar-se, popularmente, "matabicho”.