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As coleções do Museu Etnográfico da Madeira.
Sendo a renda o resultado do desenvolvimento de várias técnicas, é impossível apontar uma única origem. É, no entanto, inquestionável que, a partir do século XV, os maiores centros de produção de rendas de agulha e de bilros foram a Itália, Bélgica e Flandres e foi a partir destes países que estas técnicas se espalharam pela Europa.
Nos séculos XVI e XVII, cada país desenvolveu as suas técnicas, tornando-as cada vez mais complexas. As rendas eram usadas nos decotes, punhos, golas, chapéus, leques ou conforme as modas. No século XIX, o uso de rendas decaiu e embora tenha deixado de ser moda no vestuário masculino, a renda manteve-se no vestuário feminino até a atualidade. É também a partir deste século que se inicia a confecção de rendas industriais, aumentando-se a sua produção, tornando-se mais acessíveis à população em geral. No século XX, devido às guerras mundiais, houve a necessidade de as mulheres irem trabalhar, o que contribuiu para a diminuição da renda caseira.
Entre os vários tipos de rendas, mais comuns, podem referir-se a renda de bilros, a frioleira e o croché, ou os bordados arredondados como o “ajour” e o filé.
Esta peça do acervo, trata-se de um estojo, com os instrumentos para confeccionar a renda frioleira e foi doado ao Museu Etnográfico da Madeira por José Júlio Castro Fernandes.
Este tipo de renda, datada do século XVIII, consiste na confecção de nós duplos com o auxílio de uma lançadeira, a naveta, onde é colocada a linha. Para a construção dos pontos com a naveta, além dos nós é necessária uma pequena laçada, o “picot”, que é utilizado tanto para ornamentar, como para servir de apoio, para a união de arcos e anéis.
Os arcos, anéis e “picots” são dispostos formando nódulos com formatos diversos (quadrado, triângulo, losango) que podem ser aplicados de forma isolada ou em repetição.
Se quiser saber sobre este tema, pode consultar o livro “NO FEMININO – Rituais de passagem: O casamento”, Col. Cadernos de Campo Nº6, Secretaria Regional de Turismo e Cultura, Direção Regional da Cultura, DSMCC, Museu Etnográfico da Madeira, 2022.
 
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