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No âmbito do projeto desenvolvido no Museu Etnográfico da Madeira (MEM) e do qual resultou uma exposição temporária e a edição, em 2019, do livro “Festas e Romarias da Madeira” (o Nº3 da coleção “Cadernos de Campo”, premiada com o Prémio APOM 2019, na categoria de Investigação), e porque estamos na época das Visitas Pascais, o museu decidiu partilhar, nas suas páginas das Redes Sociais, imagens que fazem parte dessa obra.
Esta semana, o MEM divulga o traje das "saloias do Espírito Santo". 
Em todas as freguesias da ilha, a partir do Domingo de Páscoa, é costume, aos Domingos, realizarem-se as "visitas do Espírito Santo", aos domicílios e aos estabelecimentos comerciais, pelo padre e por um grupo de paroquianos. 
Neste grupo, destacam-se as "saloias", cujos  trajes são, provavelmente, reminiscências de antigas práticas da Estremadura, trazidas pelos primeiros colonos. 
Trajam, usualmente, vestido branco ou uma camisa branca e uma saia listrada, com as cores vermelha, amarela, azul, branca e verde.
Por cima da camisa vestem um colete ou corpete vermelho e levam, ainda, uma capa de cor vermelha, feita de tecido felpudo de lã, a “baeta”, curta, debruada e com recortes em bico, colocada sob o ombro esquerdo, atravessando o peito e as costas e pendurada à direita, na cintura. 
A cor branca e a vermelha simbolizam o Espírito Santo: o branco é o símbolo da pureza e da paz e o vermelho, o símbolo do fogo.
Folhas de alegra-campo decoram a saia e a capa, como anunciação da Primavera. A capa é ainda, ornada com ouro. Na cabeça levam uma “carapuça”, dourada, ornamentada com cordões de ouro e ostentam colares no pescoço, sendo as joias emprestadas pelos paroquianos.
O hábito de usar muitas joias provém também das tradições minhotas e constitui um símbolo do trabalho e de riqueza destas mulheres. 
Transportam, ainda, um cesto de vimes, decorado com flores, no qual colocam pétalas para distribuir e doces ou pequenos presentes, oferecidos pelos paroquianos.
Acompanhadas por tocadores, entoam cânticos alusivos a esta festividade, à entrada e saída das casas, e distribuem estas pétalas de flores, em gesto de agradecimento pelas oferendas.
Texto: César Ferreira 
Fotografia: Florêncio Pereira 

Grafismo: António Pascal

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