Coleção do Museu Etnográfico da Madeira - Comércio Tradicional: Mercearia.
Desde sempre o homem procurou métodos eficazes para conservação dos alimentos e, no início do século XIX, a comida enlatada era já um artigo reconhecido.
Contudo, as primeiras latas eram muito robustas, pesando mais do que os próprios alimentos que continham. Para as abrir era necessário muito engenho, usando-se quaisquer ferramentas disponíveis, nomeadamente o cinzel e o martelo.
Mais tarde, o processo de enlatamento foi mecanizado e refinado, produzindo-se latas com as paredes mais finas e surgem os primeiros abridores de lata.
Contudo, não havendo um abridor de latas de uso geral, cada lata vinha com um abridor soldado por pontos ou com chave de torção soldada. Cada tipo de alimento tinha seu próprio tipo de lata e vinha com seu próprio tipo de abridor.
A carne e o peixe enlatados eram vendidos em latas retangulares e eram equipadas com uma chave de torção. Para abrir a lata, enrolava-se uma lingueta comprida nessa chave metálica, que rolava em torno da parte superior da lata, removendo uma tira pré-marcada, ou seja, a tampa.
Esta chave de torção, comumente utilizada, até um passado recente, para abrir latas de sardinha, atum e outros alimentos em conserva, pertence ao acervo do museu e faz parte da coleção de peças, expostas ao público, no espaço dedicado ao comércio tradicional (mercearia ou venda).
Texto: Lídia Góes Ferreira.
Fotografia e tratamento de imagem: Florêncio Pereira.
Grafismo: Fernando Libano.


