Assinalamos hoje o Dia Internacional do Migrante, celebração que ocorre anualmente a 18 de dezembro por iniciativa da Organização das nações Unidas, com um conjunto de imagens da Foto Figueiras. Estas fotografias documentam o surto migratório para o Curaçau, que teve particular expressão na década de 40 do século XX, devido à oferta de emprego na indústria petrolífera pela Royal Company Shell. Nesta época, as Antilhas Holandesas cativavam milhares de madeirenses, especialmente as ilhas ao largo da costa da Venezuela, Aruba e Curaçau, predominantemente procuradas por madeirenses do Estreito da Calheta e da Ponta do Sol respetivamente. Desde 1929 que a citada refinaria atraía emigrantes madeirenses, tendo ao longo de 20 anos, captado na Madeira uma força de trabalho expressiva, superior a quatro mil pessoas. Em 1945, a emigração madeirense para o Curaçau atingiu o seu pico, totalizando 2.769 pessoas, o que representa 46% dos emigrantes desse ano. As imagens que ilustram esta publicação atestam esta adesão massiva ao destino Curaçau, com a particularidade de registar os emigrantes que nos dias 14 e 15 de março de 1944 se dirigiram à sede da Polícia de Vigilância e Defesa do Estado, para aí apresentar os seus cumprimentos de despedida e para manifestar o seu reconhecimento pelas facilidades concedidas nos seus respetivos vistos.
Créditos: Museu de Fotografia da Madeira - Atelier Vicente's.
FOTO FIGUEIRAS
10x15cm | Negativo simples, vidro | Gelatina sal de prata
março de 1944
Emigrantes para o Curaçau na estrada da Pontinha (atual avenida Sá Carneiro), antes do embarque, Funchal | março de 1944
MFM-AV, Inv. PHF/1251