O Museu de Fotografia da Madeira - Atelier Vicente's assinala hoje o Dia Mundial do Cinema, uma forma de expressão artística e cultural conhecida como a sétima arte. Apesar de não ser claro qual foi o seu ponto de arranque, é sabido que a 28 de dezembro de 1895, ocorreu no Salão Grand Café, em Paris, uma demonstração do cinematógrafo, um invento dos irmãos Lumiére. A apresentação dessa curta-metragem rapidamente impulsionou o gosto pelas imagens em movimento, que, num ápice, chegou à Madeira através do nosso conterrâneo João Anacleto Rodrigues (1869-1948). A 15 de maio de 1897, realiza as primeiras exibições no Teatro D. Maria Pia (atual Teatro Municipal Baltazar Dias), com o cinematógrafo que havia adquirido em Paris, a 27 de março desse ano, e promove ainda nessa altura, outras sessões nos arquipélagos dos Açores e Canárias.
Outros empreendedores locais seguiram-lhe, entre eles Alfredo Guilherme Rodrigues (1862-1942), que exibiu imagens com o animatógrafo Edison no Pavilhão Grande, a 29 de novembro de 1900. A partir destas iniciativas isoladas, sucedem-se a criação de salas de projeção pelo Funchal, designadamente no Teatro Águia d’Ouro (1907); Pavilhão Paris (1909); Salão Ideal, Salão Central e Salão -Teatro Variedades (todos em 1910) e teatro Circo (1911). A primeira sala de cinema fora da capital madeirense, surge na vila da Ponta do Sol, numa empreitada do aristocrata António Marques Teixeira (1876-1935), que em 1933 manda construir o Cine Sol.
O edifício, que ainda hoje persiste, foi projetado de raiz para a projeção de filmes, numa lotação de 300 espectadores, numa arquitetura que reflete o gosto da época, com linhas Art Deco. A sua inauguração ocorreu no dia 15 de julho de 1934, com a apresentação do filme “A chama do Deserto”.

PERESTRELLOS PHOTOGRAPHOS
Fachada principal do Cine Sol, Ponta do Sol | Posterior 1934
MFM-AV, em inventariação
Em depósito na DRABM