Neste dia, há 100 anos, falecia na Madeira Carlos de Habsburgo (n. Persenbeug-Gottsdorf, 17/08/1887; f. Funchal, 01/04/1922), imperador da Áustria e rei da Hungria, Croácia e Boémia. Ascendeu ao trono do Império Austro-Húngaro em 1916, após a morte do seu tio-avô Francisco José I (1830-1916), tendo se tornado no seu sucessor em 1914, na sequência do assassinato do herdeiro presuntivo, Francisco Ferdinando (1863-1914), um acontecimento que viria a precipitar o início da Primeira Grande Guerra (1914-1918).

Carlos I, um assumido pacifista, tomou diligências para evitar o envolvimento do seu império nesse conflito, que se verificaram infrutíferas. Com a vitória dos aliados, foi forçado ao exílio, que ocorreu em diferentes locais e que culminou na Madeira, por ser uma região ultraperiférica. O então ex-imperador, desembarcou no porto do Funchal a 19 de novembro de 1921, acompanhado pela sua mulher, Zita de Bourbon-Parma (1892-1989), ainda sem os seus filhos, que chegariam mais tarde à ilha.

Inicialmente, hospedaram-se na “Villa Victória”, quinta anexa ao Reid’s Palace Hotel e, em fevereiro de 1922, por beneplácito do banqueiro Luís Rocha Machado, mudaram-se para o Monte, para a propriedade que hoje é conhecida por “Quinta Jardins do Imperador".

A sua estada foi curta, em virtude de Carlos de Habsburgo ter adoecido com uma dupla pneumonia gripal, sucumbindo a essa doença no dia 1 de abril de 1922.

Em 2004, em reconhecimento do seu papel em prol da paz, pela sua manifestada fé e também, por força de um milagre que lhe é atribuído no ano de 1960, o antigo soberano foi beatificado pelo Papa João Paulo II.