Dr. Horácio Bento de Gouveia, um dos expoentes máximos da literatura madeirense, (n. Ponta Delgada, São Vicente, 5 de setembro de 1901 — f. Funchal, 23 de maio de 1983). Licenciado em Ciências Históricas e Geográficas pela Faculdade de Letras de Lisboa, foi jornalista, ensaísta, conferencista, cronista e professor liceal. Publicou em vida “Páginas de Jornalismo” (1933); “Não foi o mar que o matou!” (1948); “Ilhéus” (1949), obra que republicou em 1976, recuperando o título original “Canga”, que havia sido censurado, assim como certos capítulos; “Lágrimas Correndo Mundo” (1959), “Águas Mansas” (1963), que foi o primeiro romance madeirense a ter expressão internacional, tendo sido traduzido para o alemão em 1976 (Stille Wasser von Madeira); Canhenhos da Ilha (1966); “Alma Negra e outras almas” (1972); “Ana Maria” (1972); “Torna-viagem” (1979), também traduzido para inglês em 2016 (Round Trip: The Emigrant’s Journey ) e “Margareta” (1980). Foram publicadas postumamente as obras “Luísa Marta” (1986); “Crónicas do Norte” (1994); “O Natal na cidade, a Festa no campo” (2001); “Escritos da Juventude: 1919-1930” (2001); “Escritos 2”: 1930-1939” (2007); “Escritos 3: 1940-1949” (2008); “Escritos 4: 1950-1959” (2011); “Tabita: fragmento para uma novela” (2013) e “Escritos 5: 1960-1969” (2014). De entre estas obras, Bento de Gouveia destacava “Canga”, por ser “o trabalho que vivi mais, que está dentro de mim” e “Margareta”, por ser o seu “melhor romance, na forma e no conteúdo”.
Era reconhecido a nível nacional pelos seus pares e pelos críticos literários da época, como Hernâni Cidade, Artur Portela, Guedes de Amorim e M. Sousa Lobo. Destaque particular para Agustina Bessa Luís e para o ficcionista, autor dramático, cronista e ensaísta português, Aquilino Gomes Ribeiro (1885-1963) que era um indefetível admirador de Bento de Gouveia, tendo inclusive prefaciado “Ilhéus” (1949).
Horácio bento de Gouveia foi homenageado em vida por várias entidades, tendo recebido a "Medalha de Ouro" das câmaras municipais de S. Vicente e do Funchal, e o Governo Regional da Madeira atribuiu o seu nome a uma Escola Básica do Funchal.
O seu nome está também ligado a um prémio literário, instituído pela Câmara Municipal de São Vicente em 2002, num protocolo com a Associação de Escritores da Madeira, na altura presidida por José António Gonçalves. A residência onde Horácio Bento de Gouveia nasceu, no Sítio dos Terços, Ponta Delgada, é hoje uma Casa-Museu, aberta ao público desde 1986.
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Créditos: Museu de Fotografia da Madeira - Atelier Vicente's.
PHOTOGRAPHIA VICENTE | Retrato de Horácio Bento de Gouveia
1923-05-14 | VIC/569
14,3 x 9,9 cm| Negativo simples, vidro | Gelatina sal de prata