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Francisco Higino Craveiro Lopes (n. Lisboa 12/04/1894; f. Lisboa 02/09/1964). 
A sua visita ao arquipélago da Madeira, ocorreu entre 30 de maio e 2 de junho de 1955. Atualmente, as visitas presidenciais ocorrem com maior frequência, mas no passado estas aconteciam em raras ocasiões e eram motivo de rejúbilo. Mota de Vasconcelos, no seu livro “Memória Histórica da Visita do Presidente General Craveiro Lopes ao Arquipélago da Madeira” (edição de autor publicada em 1956), escreve todos os detalhes da efeméride ao longo de 144 páginas, com várias fotografias captadas pelos profissionais de imagem da ilha.
Antes de Craveiro Lopes, só há registo da visita presidencial do Dr. António José de Almeida (1866-1929) em 1922, e a do general António Óscar Carmona (1869-1951) em 1938, na sequência da sua visita de estado às colónias ultramarinas.
Craveiro Lopes foi recebido com toda a pompa e circunstância não só pelas entidades oficiais como também pela população, que encheram as ruas em vibrantes manifestações de entusiasmo, num constante agitar de bandeirolas com as cores nacionais, salvas de palmas, vivas, lançamento de pétalas e apresentações musicais de várias bandas municipais. Num claro ato de propagada política do Estado Novo, juntaram-se os Bombeiros municipais; Comissões Concelhias da União Nacional; Mocidade Portuguesa; atletas do Club Sport marítimo, Secção de ciclismo do Grupo Cultural de Santa Maria, Hockey Club da Madeira; Soldados do Batalhão de Infantaria Independente 19 e guardas da Polícia de Segurança Pública.
No seu primeiro ato oficial da visita, o presidente da República deslocou-se aos Paços do Concelho, para atender a uma sessão solene de boas-vindas, onde discursou para a multidão aí presente. Anunciou que estava para breve as obras do Porto do Funchal e relevou os trabalhos de rentabilização dos recursos hídricos por toda a ilha. Seguiu para a Sé, onde assistiu a um Te Deum, depositando de seguida, flores no monumento a Gonçalves Zarco. Terminou o dia no palácio de São Lourenço, onde o governador civil ofereceu um banquete. No dia seguinte, a 31 de maio, visitou demoradamente a zona oeste da ilha, seguindo para leste, a 1 de junho, onde inaugurou as infraestruturas de abastecimento de água e de energia elétrica para as freguesias de Porto da Cruz, Machico e Santa Cruz. Ainda no mesmo dia, já no Funchal, inaugurou o Museu de Arte Sacra e visitou o hospital e os sanatórios, seguindo-se uma "Garden Party" oferecida pelo governador civil, finalizando a jornada com um jantar no palácio de São Lourenço. Já no fim da visita, a 2 de junho, Craveiro Lopes esteve nos miradouros dos Barcelos e da Eira do Serrado, de onde seguiu para uma breve passagem pela ilha do Porto Santo, regressando a Lisboa ao fim da tarde.
Nascido numa família de longa tradição militar que remonta à monarquia (seu bisavô, avô e pai alcançaram todos a patente de general), era filho do general do exército português e governador-geral da Índia Portuguesa, João Carlos Craveiro Lopes (1871-1945). Craveiro Lopes desde jovem teve uma educação militar e, aos 17 anos, alistou-se como voluntário no Regimento da Cavalaria n.º 2. Foi mobilizado para Moçambique em 1915, onde combateu forças alemães no decurso da Primeira Grande Guerra, tendo sido condecorado com a Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito em 1917. Tirou em 1918, o curso de piloto militar na Escola de Aviação Francesa (Chartres), sendo promovido a Tenente. Na área da aviação alcançou grandes feitos, destacando-se o primeiro voo de correio aéreo entre Goa e Bombaim. Na Índia assumiu a chefia do Gabinete do governador-geral (1933-1934), foi governador interino do distrito de Damão (1934) e encarregado do governo-geral da Índia, a título interino (1936-1938). Comandou a Base Aérea de Tancos como tenente-coronel (1939) e a Base Aérea da Terceira (1941). Foi comandante-geral da Legião Portuguesa entre 1944 e 1950, e durante esse período atinge a patente de general e é eleito como deputado à Assembleia Nacional. Assume a Presidência da República Portuguesa entre 1951 e 1958, mas não foi proposto para um segundo mandato devido ao esfriar das suas relações com Salazar e contacto próximo com os líderes da oposição. Logo após o seu afastamento da política ativa, atingiu o posto de Marechal.

Créditos: Museu de Fotografia da Madeira - Atelier Vicente's.


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PHOTOGRAPHIA VICENTE | Cortejo presidencial à chegada do largo do Colégio para a sessão solene de boas vindas na Câmara Municipal | 1955-05-30
6 x 9 cm | Negativo simples, película | Gelatina sal de prata
VIC/21474

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