Completam-se hoje 105 anos sobre o desastre ferroviário ocorrido no Caminho de Ferro do Monte, na altura um dos mais graves em Portugal, só suplantado em 1921, quando um atentado a uma composição, na estação da Figueirinha, linha do Alentejo, provoca nove mortos e à volta de 90 feridos.
No fatídico dia de 10 de setembro de 1919, a caldeira de uma das locomotivas a vapor do comboio do Monte, explode quando seguia num trajeto ascendente, provocando 4 mortos e vários feridos. A tragédia poderia ter sido ainda maior, visto que seguiam 56 pessoas a bordo, sendo que a carruagem tinha a capacidade para 60 passageiros.
Na altura, essa locomotiva, que havia sido fabricada na Alemanha, já tinha 18 anos de serviço (começou a funcionar em 1894) e apesar de algumas das locomotivas da Companhia do Caminho de Ferro do Monte, denotarem problemas de funcionamento desde 1903, as grandes dificuldades financeiras que essa firma padecia, obstaram a sua eficaz reparação ou substituição.
Devido a este acidente, que algumas pessoas especularam ter ocorrido por falta de água nas caldeiras, este serviço de transporte esteve inativo até o fevereiro do ano seguinte.
A Companhia do Caminho de Ferro do Monte iria ainda lidar com um outro desastre, ocorrido a 11 de janeiro de 1932, nesta circunstância, um descarrilamento. Viria a falir durante o decorrer da 2.ª guerra mundial e a derradeira viagem do comboio ocorreu de forma simbólica a 17 de maio de 1943.




