Neste Dia Mundial do Teatro, o Museu de Fotografia da Madeira - Atelier Vicente's traz à memória a passagem pela Madeira do ator e ilusionista Octávio de Matos (1890-1964). 
Era conhecido pela sua participação no filme mudo “O Quim e o Manecas” (1916) e no grande clássico “Aldeia da Roupa Branca” (1939), onde interpretou a personagem “Simão”. Era pai do também ator Rogério Octávio de Matos (1939-2019).
Octávio Matos formou uma companhia de teatro com o seu nome, e assumia uma atitude vanguardista, prometendo uma “nova modalidade de teatro que prometia balançar as estruturas tradicionais do teatro português”. Promovia espetáculos que fundiam ilusionismo, teatro de revista, bailado e apresentações musicais. Um dos seus atos mais exóticos era “Ling Chong”, espetáculo de cunho oriental, que consistia numa “Parada das Ilusões”, numa fusão de teatro de revista e de ilusionismo. 
Entre os seus diversos atos, apresentava a peça cómica “Charlot no Music-Hall”, também anunciada como “Charlot Musical”, onde realizava uma imitação da personagem icónica criada por Sir Charles Spencer Chaplin (1889 –1977). Esse ato foi apresentado na nossa região em junho de 1936, no Teatro-Circo, como complemento às exibições dos filmes então em cartaz, nomeadamente “A melodia do Nilo” (filme de Sam Wood, 1933, com o título original: “A Night in Cairo”), a comédia “O homem do Sorvete” e ainda “A Noiva do Príncipe”. O então anunciado ator “cómico, excêntrico e musical”, encerrava cada uma dessas sessões com os seus números mais requisitados pelo público, entre os quais o “Charlot Musical” e “Um fogão e uma panela”.
De acordo com a anotação que acompanhava os negativos das imagens que aqui publicamos, o ator terá posado no Teatro Municipal Baltazar Dias, em data que, para já, não conseguimos apurar. Poderá ter ocorrido em 1936 ou após 1942, após a sua digressão por África.