Neste Dia Mundial da Arte, o Museu de Fotografia da Madeira - Atelier Vicente's evoca a memória de um notável pintor madeirense, Alfredo Vital Miguéis (1883-1943). Foi discípulo de Columbano Bordalo Pinheiro na Academia Real de Belas Artes. Pertenceu à primeira geração de pintores modernistas portugueses, onde se incluíam nomes como Amadeo de Souza- Cardoso, Guilherme de Santa-Rita e Almada Negreiros.
Foi agraciado em 1912 com o prémio do legado Visconde de Valmor, que lhe permitiu estudar em Madrid e Paris, onde viria a expor em 1913, no importantíssimo Salon des Artistes Français.
Participou em várias exposições em Portugal e no estrangeiro, com especial destaque para a célebre mostra modernista “Cinco Independentes”, com Diogo de Macedo, Dórdio Gomes, e os irmãos Franco, ocorrida em 1923, na Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa. Foi premiado por esta instituição em diferentes ocasiões com medalhas em pintura, aguarela e desenho.
Uma parte significativa da sua obra foi perdida no incêndio que que deflagrou na torre do Palácio de São Pedro em 1947, mas está representado em algumas coleções privadas, assim como na Câmara Municipal de Lisboa, no Museu Grão Vasco e no Museu de Arte Contemporânea. O estado terá adquirido, para o acerco deste último museu, as obras “Jardim do Luxemburgo (1915)”, A “Taça de Leite (1916)” e a “Torre de Jesus em Setúbal” (data incerta).
Numa das fotografias que o museu publica, é possível ver Alfredo Miguéis a pintar o Brasão que ainda hoje se encontra no teto do Salão Nobre da Câmara Municipal do Funchal.
Foram da sua autoria os desenhos dos azulejos que decoravam os já extintos bancos de betão dispostos pela Avenida do Mar.
Foi professor da Escola Industrial do Funchal, onde iniciou os seus estudos, sendo que, na altura do seu falecimento, era vogal da vereação camarária.
Foi agraciado com o grau de Oficial da Ordem da Instrução Pública em 1940.

