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No Arquipélago da Madeira eram utilizados dois instrumentos para “preparar” (mobilizar) a terra: a enxada e o arado. Enquanto o arado surgia, em princípio, associado à cerealicultura, a enxada ganhava maior evidência sempre que, na produção quotidiana, a vinha relegava o cereal para segundo plano.
As condições geográficas também condicionavam, por vezes, a utilização de uma ou da outra alfaia agrícola, sendo mais comum o uso da enxada nas zonas de mais difícil acesso e nos terrenos de extensão reduzida, nomeadamente nos tradicionais “poios” madeirenses, já que o arado, sendo puxado por animais, exigia mais espaço.
Na ilha da Madeira, ao contrário do Porto Santo, era mais comum o uso da enxada.
A forma mais corrente era a enxada triangular, com lâmina de 25 a 30 cm de comprimento, munida de um cabo curto de cerca de 80cm a 1m, embora também fosse usada, nomeadamente no Norte, a enxada de lâmina retangular, a alargar para o gume.
Segundo consta, a enxada triangular, com provável origem transmontana, é a que melhor se adapta à natureza do solo, basáltico, da Madeira.
Estando o emprego do arado limitado aos planaltos e não tendo sido comum a introdução de máquinas agrícolas, o homem era, portanto, a força mais utilizada, pelo que, nos trabalhos agrícolas, o cavador tinha um papel fundamental. Contratado à jorna, era a força braçal que assegurava a preparação das terras para cultivo.
Nesta imagem podem observar-se vários homens, cavando a terra, com o seu principal instrumento de trabalho, a enxada, a, qual, após o árduo trabalho, era colocada ao ombro, forma comum de transportar esta alfaia agrícola. 
 
FOTOGRAFIA: Homens a cavar com enxada, Gabinete de Defesa e Dinamização do Património da Região, Secretaria Regional de Educação e Cultura, Anos 80, do século XX (Recolha etnográfica de Jorge Freitas Branco).
BIBLIOGRAFIA:
. BRANCO, Jorge Freitas, Camponeses da Madeira – As bases materiais do quotidiano no Arquipélago (‪1750-1900‬), Col. Portugal de Perto, Nº 13, Publicações Dom Quixote, 1987.
. OLIVEIRA, Ernesto Veiga de; GALHANO, Fernando; PEREIRA; Benjamim, Alfaia Agrícola Portuguesa, Instituto de Alta Cultura (I.A.C.), Centro de Estudos de Etnologia, Lisboa, 1976.
 
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