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Antigamente, além da sua utilização, como combustível, no consumo doméstico, a madeira era usada pelos carpinteiros, na construção civil, pelos marceneiros, na construção de mobiliário e por outros artesãos, na construção dos mais variados artefactos, recorrendo-se, para a sua obtenção, ao trabalho dos madeireiros que, com o seu equipamento específico, procediam ao seu corte.
De entre todas as formas tradicionais de serração, destaca-se a serração braçal, devido, sobretudo, à deficiência das redes viárias. A orografia acidentada dos terrenos e a inexistência de caminhos, para circulação de veículos, fizeram com que as árvores tivessem de ser serradas nos locais onde eram abatidas, tendo os serradores braçais um papel preponderante.
As árvores eram selecionadas, derrubadas com golpes de machado, e serradas com o chamado traçador ou traçadeira, uma serra com lâmina de 1.23 m x 0.081 m, a qual era colocada na posição horizontal e era acionada por dois homens num movimento de vaivém.
Após esta operação o tronco era cortado em toros, segundo as dimensões que se pretendiam, seguindo a operação de esgalgamento e descasque dos toros, a machado, e marcação dos mesmos, identificando as linhas de corte.
Tudo era aproveitado: os ramos delgados, destinavam-se a estacas para a agricultura e os restos, serviam para lenha; o tronco era cuidadosamente medido, de forma a ser bem aproveitado, obtendo-se traves e barrotes (para os lagares ou para a construção civil) ou tabuado; e, ao tronco, retiravam-se, ainda, as chamadas costaneiras, ou seja, o cascado exterior, que era aproveitado nos sobrados dos chiqueiros, palheiros ou currais.
Por fim, era montada a chamada burra (ou vareiro), uma estrutura feita com paus de madeira, montada numa depressão do terreno, onde era colocada uma serra de grandes dimensões (cerca de 1.90 m x 0.11 m), que possuía, no topo superior, o cabo, em ferro amovível, que terminava numa argola, onde entrava o “pegador” em madeira. E dava-se início à serração. A serra era acionada pela força braçal, transmitida aos chamados “pegadouros”, ou “mãozeiras”, através de um movimento de vaivém, vertical, por um homem, colocado sobre o toro (localizado sobre uma espécie de estrado) e dois a três homens, instalados no chão.
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FOTOGRAFIA: MFM-AV, em depósito no ABM, JAS/1168
Créditos: Museu Etnográfico da Madeira
 
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