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Património Cultural Imaterial. 
Sabia que, antigamente, era necessário “abafar as casas”? 
Construídas em madeira, de formato triangular e cobertura revestida de “colmo”, estas casas tradicionais mantêm os traços arquitetónicos originais, com um piso térreo que servia para abrigar os animais durante a noite, e um piso superior, que servia de habitação da família. De quatro em quatro anos, aproximadamente, estas casas, cobertas com palha de trigo (“colmo”) necessitam de uma renovação cíclica da palha, operação popularmente designada por “abafar a casa”. 
É necessário selecionar a palha de trigo enraizada (“restolho”), segundo o tamanho, volume e raiz, a qual é amarrada em molhos (“maranhos”).
O “colmo” velho é retirado, ficando a camada de palha interior. Por cima desta é colocado o “restolho”, em “fiadas” (camadas), no sentido ascendente, com a raiz para baixo, tarefa executada por três homens, em cima de um andaime.
Por cima do “restolho” colocam-se, na horizontal, varas de folhado ou de eucalipto, e com uma espécie de agulha - “a abafadura” - em cuja ponta enfia-se arame, prendem-se os molhos de “restolho”, entre estas varas e as ripas, no interior da casa. Antigamente usavam o vime, seco, que era colocado no fumeiro. 
Sobre esta camada sobrepõe-se outra, escondendo as varas, e assim sucessivamente, até as novas camadas atingirem a “cumieira” (extremidade da cobertura). Estas tarefas são executadas por um homem no interior da casa e três no exterior.
Após a colocação de cada “fiada” (camada), a palha é amarrada nas zonas laterais, junto à porta da casa. Quando as camadas de “restolho” atingem uma certa altura, o andaime deixa de ter utilidade. É amarrada, uma vara grossa, às varas de armação, em cada lado da casa, presa com ganchos, trabalhando os homens em cima desta. 
À medida que se colocam as “fiadas” superiores, esta vara vai sendo sucessivamente movimentada, no sentido ascendente, para que os homens possam subir. 
Após a última “fiada”, inicia-se a colocação do “restolho”, que irá formar a “cumieira”, deixando a palha com o “troço” para cima (ao contrário das outras fiadas), presa também por varas, que ficam à vista. A palha da “cumieira” é aparada na parte inferior e batida com um pau, de modo a nivelá-la. Este árduo trabalho tem uma duração média de dois dias.

Créditos: Museu Etnográfico da Madeira.

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