Menino Jesus Perdido é uma Imagem / escultura que teve grande devoção conventual por parte das freiras clarissas do Funchal, a partir do século XVII.
A informação sobre esta tradição é dada pelo historiador e genealogista madeirense Henrique Henriques de Noronha, em 1722.
Foi uma tradição que perdurou desde o século XVII até 1890, ano do falecimento da última clarissa, a madre Maria Amália do Patrocínio.
Deve-se à madre Clara das Chagas (1623-1701) a introdução desta festa natalícia no Convento de Santa Clara (Funchal). Era uma clarissa muito devota ao Menino Jesus de Belém e ao mistério da Encarnação, e no século XVII, quando estava no convento, introduziu esta tradição, que constava na saída da imagem, secretamente, do convento, no primeiro Domingo depois do Dia de Reis, e era depositada numa casa fidalga do Funchal. Cada ano era escolhida uma família diferente. Apenas a família que era escolhida para receber o Menino e a abadessa é que sabiam do seu esconderijo.
Cabia a cada clarissa pedir a colaboração das suas famílias e amigos na “busca” do Menino, ou seja, descobrir o seu paradeiro, para depois devolver a imagem ao convento, quando era encontrada no Domingo seguinte, o “Domingo da Achada”.
Pelo meio havia oferendas e donativos, como doces e iguarias, oferta da família guardadora do Menino a quem o descobrisse. Parece que originariamente o objetivo era a recolha de esmolas para o convento.
(…)
A atual imagem do “Menino Jesus Perdido” é do século XVIII, exposta num nicho no corredor de acesso ao claustro. Como esta devoção teve início no século XVII, é lógico que existiu outra imagem mais antiga, que desconhecemos o seu paredeiro, pois será difícil a sua identificação, por se tratar de uma imagem comum de um Menino Jesus vestido.
(…)
Reporta-se o Menino Jesus Perdido a um episódio da infância de Jesus e uma das sete dores da Virgem Maria, por ter perdido o filho no Templo de Jerusalém. Maria e São José iam todos os anos a Jerusalém para a Festa da Páscoa. (…)
