Aproveitando-se a energia hidráulica, construíram-se, na ilha da Madeira, inúmeros "moinhos de água", enquanto no Porto Santo, devido à escassez dos recursos hídricos, eram comuns os "moinhos de vento”.
Os cereais, nomeadamente o milho e o trigo, depois de serem colhidos e sofrerem o tratamento de debulha e limpeza do grão, seguiam para os moinhos, para proceder-se à sua farinação.
A "moenda", ou seja, o mecanismo de moagem propriamente dito, era constituído por um par de “mós” de pedra, a superior que era móvel e a inferior que era fixa, entre as quais se processava a farinação do cereal.
As duas “mós” encontravam-se no interior de uma estrutura, com um tampo de madeira, caindo a farinha numa caixa, protegida por um pano, pelo que, no final da "moenda", o moleiro varria a farinha que ali caía, retirava-a e esta era peneirada, com o auxílio de uma “peneira”, para depois a acondicionar nos sacos de pano, que seriam entregues aos clientes.
A parte do trigo que caía da “peneira” era a farinha propriamente dita e a que ficava na “peneira” era designada de “rolão”, uma farinha mais grosseira, mas que era também aproveitada para confecionar pão e doçaria tradicional.
Contudo, em alguns moinhos, existia, também, um grande “peneiro”, movido a manivela, que permitia peneirar uma maior quantidade de farinha.
Tratava-se de uma caixa de madeira, de grandes dimensões, que possuía, no seu interior, um rolo, com duas redes, de diferentes malhas, o qual era colocado em movimento rotativo, acionando-se uma manivela, existente numa das superfícies laterais da caixa.
Este movimento permitia que, de um lado, caísse a farinha, que passava através da malha mais fina e, do outro, o “rolão, que passava através da malha mais grossa.
Através de um orifício, existente na superfície oposta à da manivela, saía o chamado “farelo” (ou “aparas”), que caía numa caixa, colocada no exterior do peneiro e era utilizado para alimentar os animais.