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O Museu Etnográfico da Madeira, associa-se à comemoração da Festa do Vinho, promovida pela Secretaria Regional de Economia,Turismo e Cultura, com a publicação de temas, relacionados com a atividade vitivinícola.
Hoje partilha um artefacto utilizado no lagar, durante a pisa da uva.
 
Sendo a ilha da Madeira muito rica em recursos naturais, o homem recorreu, desde sempre, à utilização de algumas matérias-primas fornecidas pelo meio. Entre os recursos de origem vegetal, a urze, cuja madeira é muito duradoura e resistente, foi uma das espécies endémicas sabiamente aproveitadas pelo povo.
 
Existem várias espécies de urze, sendo a mais comum a urze-molar ou betouro (Erica arbórea L.), espécie de origem nativa, da família das Ericaceae. Trata-se de um arbusto ou pequena árvore, de folhagem persistente, geralmente com mais de 5 metros de altura, sendo a sua madeira vermelha acastanhada.
 
Esta madeira foi utilizada, durante séculos, na confeção de inúmeros artefactos, nomeadamente diferentes tipos de vassouras. Confecionavam-se vassouras de maiores dimensões para varrer as vias públicas ou utilizadas nas lides domésticas, para varrer a cozinha ou os “terreiros” (quintais) e outras, de menores dimensões, para varrer a cinza, nas lareiras, ou o “bagaço” das uvas, nos lagares, durante a “pisa” do vinho.

 

Fotografia: Fernando Líbano, Arquivo MEM (Exposição temporária “Artefactos em urze”, MEM, 2019).

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