No âmbito do projeto desenvolvido pelo Museu Etnográfico da Madeira, e do qual resultou a exposição temporária e a edição, em 2024, do livro “Arribar - Artes de cura e proteção”, o museu tem partilhado, mensalmente, nas suas páginas das Redes Sociais, uma rubrica, sobre a medicina popular.
Devido ao isolamento das populações e a falta de cuidados médicos, era comum o povo recorrer às curandeiras, para curar as doenças da pele, entorses, luxações, dores, fraturas dos membros, inveja, “mau olhado”, pragas e outras desgraças.
Com o objetivo de estimular a circulação da corrente sanguínea (porque aumentava o diâmetro dos vasos sanguíneos) e eliminar dores, nomeadamente das costas, causadas por tensão muscular, aplicavam-se, na pele, as chamadas ventosas.
Trata-se de pequenos copos em vidro, no interior dos quais colocavam algodão a arder. Quando o oxigênio, dentro do copo era consumido, provocava um vácuo, que originava a sucção da pele. Ao longo dos tempos, com o desenvolvimento da farmacologia, esta técnica foi caindo em desuso.
Contudo, apesar dos avanços da medicina e da existência de profissionais de saúde, estas personagens míticas, as curandeiras, continuam a existir, envoltas numa aura de mistério, sendo consultadas para a cura de males, tanto físicos como espirituais.