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Em 1961, numa das muitas festas a que Max foi convidado a atuar em Lisboa, este teria sugerido numa conversa a um dos convidados, o Ministro do Exército (Brigadeiro Mário Silva), a idealização de um espetáculo para as tropas colocadas nas colónias, a exemplo do que se tinha feito na América, durante a Guerra da Coreia. Segundo os amigos, José Marques e Antero Gonçalves, a conversa podia ter ficado por ali, revelando apenas a intenção do artista de dar algum conforto emocional a quem estava longe de casa. Para sua surpresa, o cantor Max seria contactado algumas semanas depois, pelo Ministério da Defesa, para iniciar os preparativos desse espetáculo tendo como premissa, uma das suas criações - o Magala (o célebre Soldado 31). O espetáculo então concebido designou-se Embaixada da Saudade ou «Caravana da Saudade» e foi exibido primeiro em Angola (1961) e depois em Moçambique (1962). O elenco escolhido integrava dois artistas em ascensão, a cantora Saudade dos Santos e o acordeonista Filipe de Brito, as cantoras Maria Marise, Maria Cândida e os bailarinos Isaac e Pascoal. O acompanhamento musical foi entregue ao Conjunto de José Mesquita, tendo como diretor artístico do Show o experiente Luís Gonzaga. Existia ainda uma vasta equipa de recursos e apoio técnico sendo que a logística geral ficou à responsabilidade do Ministério da Defesa. Max, era o patrono e a grande estrela do espetáculo, congregando à sua volta todo o fio condutor da apresentação. A comunicação oficial da digressão da «Caravana da Saudade» deu-se antes da partida para Angola, a 13 de julho de 1961, tendo o Ministro do Exército, recebido os artistas perante a imprensa nacional. O espetáculo itinerante tinha um trajeto planeado. A missão era percorrer Angola de norte a sul e assim aconteceu. Em 30 dias, foram realizadas 35 apresentações, 26 das quais dedicadas às Forças Armadas Portuguesas estacionadas no interior do território. Os artistas foram deslocados em aviões da Força Aérea Portuguesa numa verdadeira operação militar. O último concerto em Luanda fez a despedida de Max e convidados no Teatro Restauração. A comunicação social seguiu-os para todo o lado registando os vários momentos da interação de Max, o rosto desta iniciativa, na sua visita pelos quartéis, hospital militar, entidades públicas e população local. O artista recebeu de todos um sorriso de manifesta simpatia, autografando em várias sessões, muitas das suas fotos e discos para os seus admiradores. Na sua passagem por Luanda Max teve ainda tempo para visitar e atuar, com os músicos madeirenses Zeca da Silva e Fernando Olim que ali estavam contratados num dos espaços noturnos com música ao vivo. A 21 de agosto de 1961, encerrou-se a digressão a Angola. Regressados a Lisboa, todos os artistas foram recebidos e agraciados pelo Governo Português, havendo uma menção especial para o madeirense Maximiano de Sousa (Max).

Texto:@Vitor Sardinha

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