Se no século XXI os alfinetes tornaram-se ícones de indumentária ou da alta joalharia, a verdade é que a História dos alfinetes, remonta a muitos séculos atrás.
Segundo consta, é provável que a função dos alfinetes tivesse sido antecedida pela utilização de espinhos e, a par das agulhas, os primeiros exemplares tenham sido feitos em osso.
Ao longo dos tempos, estes artefactos, pela sua simplicidade e capacidade de adaptação, tiveram variadas funções, nomeadamente agarrar, juntar ou segurar têxteis, fibras e cabelos.
Antes da vulgarização dos moldes de corte e a costura das partes do vestuário, de modo a formarem peças de roupa, grande parte do tecido que cobria o corpo, seria, igualmente, enrolado e fechado por alfinetes, mais ou menos complexos.
Terão tido, também, como função, segurar as coberturas de cabeça, os pendentes, os amuletos e todo tipo de adereços decorativos, que se adicionavam ao vestuário ou para segurar a roupa de cama e de mesa.
Terão, ainda, sido usados, para segurar os paramentos, nas igrejas e oratórios particulares, ou para cingir as mortalhas aos corpos, aquando das cerimónias de inumação.
O alfinete-de-dama, (originalmente “alfinete-de-ama” ou “alfinete-de-ama-de-leite) ou, ainda, alfinete-de-segurança (tradução do inglês “safety pin”), ou presilha de fralda, em algumas localidades da nossa Região e do país, à semelhança do Brasil, é denominado de “alfinete-de-fralda”.
Com a mesma finalidade do alfinete tradicional (“alfinete-de-cabeça”), ou seja, unir ou segurar tecidos ou peças de vestuário, este “alfinete-de-dama” possui, no entanto, as seguintes caraterísticas: o seu corpo é formado por uma única haste metálica, de aço inoxidável ou latão e, no seu centro, é confecionada uma mola, formando-se duas hastes de “pernas” paralelas, na ponta de uma das quais existe um “cabeçote”, também metálico, para fixar a segunda “perna” e proteger de “acidentes”. A ponta da segunda “perna” é uma terminação aguda.
Antigamente, era utilizado para fixar as pontas de uma fralda de tecido (por isso a designação de “alfinete-de-fralda”), e daí a necessidade de ser seguro, não se correndo o risco de desprender e a sua ponta picar o bebé.
Antigamente era vendido nas retrosarias ou, mesmo, nas antigas mercearias, local onde eram comercializados, tradicionalmente, todo o tipo de produtos. Estes exemplares, que pertencem ao acervo do museu, encontram-se expostos na exposição sobre “Comércio Tradicional”. Com o avanço tecnológico e o aparecimento das fraldas descartáveis, este objeto entrou em desuso, para este fim.
Texto: Lídia Góes Ferreira.
Fotografia: ©Florêncio Pereira.
Grafismo: Fernando Libano.
