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Sabia que no São João as plantas adquirem “virtudes especiais”?
Nas antigas sociedades agrárias praticavam-se rituais de fertilidade em todas as estações do ano, associados a várias superstições. Muitos destes rituais pagãos foram absorvidos pelo cristianismo e, apesar de lhes ser atribuído um significado religioso, mantêm-se na sua essência.
É o caso dos rituais florais praticados na festa em homenagem a um dos “santos populares”, o S. João, celebrado de 23 para 24 de junho, mês que corresponde a um período de transição entre a Primavera e o Verão e ao ciclo agrícola da floração e amadurecimento das culturas agrícolas.
Nesses dias o interior da igreja é decorado com alegra-campo e flores da época e no adro e ruas circundantes as decorações dos arcos de triunfo e dos mastros da bandeira são feitas com plantas, nomeadamente o louro, a murta, o buxo e a giesta.
Este costume parece ter a sua origem num ritual pagão romano, já que a Ceres, deusa da agricultura, também ofereciam louro, murta, alecrim e rosmaninho, durante as festas das colheitas, como símbolos de fertilidade, fecundidade e imortalidade.
O povo acredita também que as ervas bentas (canavieira, murta, palma, buxo, louro e alecrim), apanhadas na madrugada de S. João, antes do sol nascer, possuem virtudes medicinais e afugentam os maus espíritos, servindo como proteção para o “mau-olhado” (inveja) e outros “males”. Por esse motivo utilizam-nas para ornamentar o interior ou exterior das suas habitações (janelas, portas e varandas).
Para “benzer” a água, ornamentam-se as fontes, ritual que se mantém vivo, acreditando o povo que a água nessa noite possui virtudes especiais.
Fazem-se, ainda, pequenos altares em homenagem ao santo, nos becos e quintais das casas, enfeitados com plantas bentas e flores da época. Segundo a tradição oral, este costume tem a sua origem na superstição de que, nesse dia, S. João “desce à Terra para passear”, pelo que há que recebê-lo de forma digna.

Créditos: Museu Etnográfico da Madeira
 
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