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Conhecido popularmente por São João, celebra-se a festa do seu nascimento a 24 de junho, o que faz dele o único santo em que se celebra a efeméride do nascimento.
Como “Santo Popular” faz jus à sua denominação ao ser muito celebrado e ser representado através de esculturas, pinturas e azulejaria em inúmeras igrejas e capelas da Madeira, além dos inúmeros painéis de azulejos existentes nas fachadas de casas particulares.
São João é representado geralmente criança, sozinho ou integrado na “Sagrada Família”, ou na idade adulta, geralmente no ato do Batismo de Cristo. Normalmente, veste uma pele de cordeiro, por vezes acompanhado de uma túnica de cor vermelha, simbolizando o seu martírio e faz-se apresentar com um cordeiro que simboliza Jesus Cristo, o Agnus Dei – Cordeiro de Deus, que João Batista anunciou com a expressão: “Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo”. Na sua vida adulta são comuns as representações do seu martírio e do batismo de Jesus, no rio Jordão, esta última temática colocada nas capelas batismais.
Um dos locais mais antigos da sua devoção, na Madeira, situa-se na capela de São João da Ribeira, na freguesia de São Pedro – Funchal, onde por bula de 28 de abril de 1450 foi concedida licença para a criação de um eremitério franciscano. A capela foi reconstruída em 1720 prolongando-se as obras ornamentais ao longo do séc. XVIII.
Na Madeira, São João Batista é padroeiro de quatro paróquias: Fajã da Ovelha (criada na 1.ª metade do séc. XVI sendo a atual igreja construída ao longo da segunda metade do séc. XVIII); São João – Ribeira Brava (criada em 1960); Álamos – Funchal (criada em 1960 e a igreja dedicada a São João Batista a 26 de setembro de 2004); e Atouguia – Calheta (uma capela mandada erguer em 1783, também conhecida por S. Pedro de Alcântara, foi sede da paróquia criada em 1960 passando a 24 de junho de 2012 para a nova igreja). Algumas capelas são também dedicadas a São João Batista, como: no lombo de São João – Ponta do Sol (construção da segunda metade do séc. XVII); no sítio do Serrado da Adega – Câmara de Lobos (fundada em 1700); no lombo do Doutor – próximo da vila da Calheta (fundada em 1651, reconstruída em 1770, encontrando-se atualmente em ruínas); e na Terra Baptista – Porto da Cruz (construída entre 1987 e 1989). Outras capelas erguidas, em sua invocação, foram demolidas como as da: fortaleza do Pico – Funchal (guarnecida por volta de 1730 e demolida em 1940/1950; de Santana (fundada em 1660); e do Campanário (instituída em 1728).
Para além da celebração religiosa, durante as festividades de São João é hábito enfeitarem-se os fontanários públicos, saltar às fogueiras e antes do amanhecer do sol, no dia 24 de junho, guarda-se água e colhem-se plantas, pois até esse momento do dia, esses elementos são bentos. Nesse dia é feriado municipal no Porto Santo e na Calheta e realizam-se, no próprio dia ou noutro muito próximo, as “Marchas de São João”.
Apresentamos duas esculturas, uma de “São João Batista Menino”, da capela de São João da Ribeira, e outra em adulto, da igreja da Fajã da Ovelha. Ainda um painel de azulejos, da igreja de Santo António da Serra e uma pintura da igreja de São Jorge.
Texto: Paulo Ladeira.
 
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