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Sabia que a 18 de setembro de 1938 foram cantados, pela primeira vez, os versos que estão na origem do “Bailinho da Madeira”?
Nos dias 18 e 19 de setembro decorreu no Funchal a “I Festa da Vindima”, organizada pelo padre Laurindo Leal Pestana, responsável pela Escola de Artes e Ofícios, e por uma comissão da Estacão Agrária da Madeira, com o objetivo principal de angariar fundos para reconstruir e manter as despesas correntes da escola e ainda divulgar a uva e o vinho da Madeira.
Esta festa espalhou-se a todo o arquipélago e de todas as localidades foram doados produtos agrícolas para serem vendidos nos dias da festa, revertendo o produto para a dita escola.
Durante a festa, a Delegação de Turismo da Madeira promoveu um concurso de ranchos folclóricos com atribuição de prémios. Participaram 11 grupos.
No dia 18 de setembro realizou-se um cortejo com os produtos agrícolas, acompanhado pelos ranchos folclóricos, desde a ponte de São Lázaro, na zona oeste da cidade do Funchal, até ao Campo Almirante Reis, na zona leste – o centro da festa. O rancho do Arco da Calheta, através do seu líder, o poeta analfabeto João Gomes de Sousa (1895 – 1974), mais conhecido por Feiticeiro da Calheta, que ao se aproximar da tribuna das entidades cantou: “Deixai passar / Esta nossa brincadeira / Que nós vamos cumprimentar / O governo da Madeira. / Eu venho de lá tão longe / Venho sempre à beira mar / Trago aqui estas couvinhas / P’ra amanhã p’ro seu jantar”. Estes versos aludem à viagem de barco desde a Calheta e aos produtos agrícolas que traziam para a escola.
No dia 19 de setembro de 1938 decorreu o concurso de ranchos folclóricos. Em primeiro lugar ficou o rancho do Arco da Calheta. Satisfeito com o prémio, o Feiticeiro da Calheta cantou: “Deixa passar / O senhor da capa preta / Quem ganhou o primeiro prémio / Foi o rancho da Calheta. / Deixai passar / Esta linda brincadeira / Que a gente vamos bailar / Pr’a gentinha da Madeira”.
Em 1949 estes versos foram adaptados e gravados na editora Valentim de Carvalho, pelo artista Maximiano de Sousa, mais conhecido por Max (1918 – 1980), com arranjos musicais de Tony do Amaral e Mário Gonçalves Teixeira, dando origem à música “Bailinho da Madeira”: “Eu venho de lá tão longe / Venho sempre à beira-mar / Trago aqui estas couvinhas / P’ra amanhã o seu jantar. / Deixai passar / Esta linda brincadeira / Que a gente vamos bailar / P’ra gentinha da Madeira. / E a Madeira é um jardim / No mundo não há igual / Seu encanto não tem fim / É filha de Portugal”.
O “Bailinho da Madeira” é uma das músicas portuguesas mais conhecidas em todo o mundo sendo interpretada inúmeras vezes por outros artistas.
 
Texto: Paulo Ladeira / DRC.
bailinho1
 
Fotografia: Rancho do Arco da Calheta na I Festa da Vindima, Funchal, 18-19 de setembro de 1938.
Museu de Fotografia da Madeira – Atelier Vicente’s.
 
bailinho2
 
Fotografia: Maximiano de Sousa durante uma atuação no hotel Bela Vista, 21.01.1953,
Museu de Fotografia da Madeira – Atelier Vicente’s, PER/3164.
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