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Não se sabe a data precisa do início do bordado na Ilha da Madeira com os pontos que lhe ficaram característicos. Muitas foram as influências: uma longa tradição portuguesa, ligada aos primeiros colonizadores da Ilha, que consigo trouxeram os seus conhecimentos é uma boa raiz justificadora; o contributo dos bordados litúrgicos a matiz, ouro e prata que durante os séculos XVI, XVII e XVIII foram realizados nos Conventos de Santa Clara, Mercês ou da Incarnação. Para além disso, e sobretudo, o talento local da mulher madeirense; Muita da inovação e incremento ao Bordado Madeira é dado por uma senhora inglesa a viver na Madeira, à volta de 1860, Miss Elisabeth Phelps. Esta terá levado o bordado feito na Madeira para a Inglaterra e desta forma, das mãos da mulher madeirense para a alta classe inglesa, o bordado da Madeira foi-se tomando conhecido em todo o mundo. O Bordado reflete a influência entrecruzada de bordados Richelieu, Renascença, Veneziano, e de rendas divulgadas por toda a Europa no século XIX, como Guipure, Richelieu e Dresden, levando a que na Madeira se procurasse transferir para o bordado a motivação das rendas. Parece ter sido influenciado directamente pelo bordado escocês, designado por Ayrshire Work , bordado branco, realizado nesta região da Escócia entre 1820 e 1870.
No princípio da produção do Bordado Madeira, foi utilizado algodão de cassa, cambraia ou linho, sendo aplicada a linha branca baça, e mais raramente o azul e o vermelho. Só com o século XX, se introduziu a linha castanha, começando também a aplicar-se o linho cru. Muito curiosa é a alteração dos materiais utilizados como suporte, onde se assiste à aplicação das sedas, do crepe, tule e organdi.
Um aspeto peculiar prende-se com algum secretismo, em relação aos desenhos, que eram guardados religiosamente por cada família, e passados de geração em geração.
Se nos maravilhamos com o bordado Madeira, total terá de ser a nossa admiração para com as Bordadeiras anónimas, que mantêm vivas tradições de insuperável técnica e beleza, passadas de geração em geração, produzindo obras de arte a partir de um simples pano de linho. A homenagem às bordadeiras deve estender-se a todos os que há gerações trabalharam nas fábricas de bordado, desenhando, estampando, engomando, permitindo o acabamento perfeito dos trabalhos até chegarem junto do público. Talento local, grande qualidade de execução e padrões exclusivos fazem com que o bordado da Madeira seja único: reflete a beleza da Ilha, o Povo e a Tradição.
Texto: Ana Teresa Klut
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