Apesar de conhecermos a chaleira como um objeto mundano e de simples ofício, este é um produto de vários anos de evolução e redesign. É a partir de um objeto aparentemente rude, feito de ferro, que nasce a curiosa história da Chaleira.
Foi no mundo oriental, mais precisamente no Japão, que as primeiras chaleiras começaram a ser produzidas em 1517. Com a forte tradição do consumo do chá, que se apresentava mesmo como um ritual, era imprescindível a presença de um objeto que fervesse a água com rapidez. Takuan Soho, um grande mestre do Budismo, descreve a chaleira como um elemento fundamental no que toca ao exercício de relaxamento: “escutavam em silêncio a água a ferver na chaleira, que soa como uma brisa que passa através das agulhas dos pinheiros, e esqueciam-se completamente de todos os problemas e preocupações mundanos”.
Nessa altura, a chaleira já incluía os seus elementos principais, isto é, a sua forma arredondada, com bico e braço, os quais continuam conservados na chaleira “moderna”. O ferro com que eram construídas era resistente e permitia que fosse levada diretamente ao fogo, sem causar qualquer tipo de dano.
Mas, se no início a chaleira era um simples instrumento que ganhava pela sua funcionalidade e praticidade, a verdade é que, pouco depois, os artesãos perceberam um potencial estético nestes instrumentos. Assim, por obra dos ingleses, surgiram os primeiros bules esmaltados e pintados e que constituíam a famosa porcelana inglesa exaltada pela delicadeza e beleza que trazia a elementos até então vulgares.
Com o passar do tempo, a prata foi introduzida no fabrico de utensílios. Por esta razão, o ferro e o esmalte foram substituídos na produção de chaleiras e foi desenvolvido um modelo com outras ligas metálicas que se assemelha um pouco mais ao atual.
