Já conhece estas publicações do Museu Etnográfico da Madeira?
Esta coleção tem como principal objetivo trazer a público, como o design gráfico e o próprio nome sugerem, o resultado do trabalho de investigação efetuado pelo museu, em trabalho de campo, para recolha, inventariação, preservação e divulgação do nosso património cultural material e imaterial. Não pretendem ser estudos teóricos exaustivos dos temas, mas, essencialmente, estudos etnográficos, de divulgação de utensílios, técnicas e rituais e têm, como um dos seus objetivos principais, salvaguardar e divulgar o “saber-fazer” ancestral, associado a várias atividades tradicionais, estimulando potenciais jovens interessados em dar continuidade a algumas artes, motivo pelo qual privilegiamos nestas edições, a fotografia e a ilustração, apresentando, de forma minuciosa, as cadeias operatórias de confeção dos artefactos.
Os livros têm textos, fotografias e ilustrações, da autoria dos técnicos do museu, trazendo a público, o trabalho que toda a equipa desenvolve nesta instituição.
O Nº1 desta coleção, "ARTEFACTOS EM CANA VIEIRA”, trouxe a público, a coleção de peças em cana vieira, que fazem parte do acervo do museu. Constituiu, em primeiro lugar, uma homenagem a todos os artesãos que colaboraram com a nossa equipa, transmitindo-nos o seu “saber-fazer”, já que a cana vieira, cana de roca ou cana-do-reino, planta disseminada por todo o arquipélago, foi uma matéria-prima utilizada na produção de inúmeros artefactos.
“TRAÇOS DE MADEIRA – A ARTE DE EMBUTIR” é o Nº 2 desta coleção, que foi editado em 2018 e teve como objetivo divulgar a arte de embutir, com tradição secular na ilha da Madeira.
Possuindo a ilha um denso arvoredo, estes trabalhos artísticos, com muita qualidade, eram executados por mestres que, habilidosamente, utilizavam as madeiras indígenas da nossa floresta Laurissilva, sendo as tonalidades das madeiras naturais, o que torna únicos.
“FESTAS E ROMARIAS DA MADEIRA”, o N°3, premiado, em 2019, com o PRÉMIO DA APOM (Associação Portuguesa de Museologia) na, categoria de INVESTIGAÇÃO, resultou do estudo e registo destes testemunhos de uma das mais ricas manifestações da nossa cultura popular e teve como principal objetivo a recolha, salvaguarda e divulgação deste património cultural imaterial da Região Autónoma da Madeira, contribuindo para a afirmação da identidade cultural madeirense.
O N°4, editado em 2020, é dedicado às "LAPINHAS D'A FESTA".
Na Madeira, os festejos do Natal são vividos de uma forma muito intensa e a preparação desta" Festa" , como é designada, pela sua importância na vida insular, revestiu-se, sempre, de minuciosos preparativos e rituais, sendo que a armação do presépio ou "lapinha", constitui, um desses rituais simbólicos, com muita tradição. Esta publicação é dedicada a esse ritual, visando-se, sobretudo a divulgação dos presépios tradicionais de "escadinha" e de "rochinha".
O último número, editado este ano, o N°5, "Do teu Fruto, O Mel" é dedicado a uma produção artesanal única, de mel de figos e de mel de vinho em mosto, utilizados para confeccionar os "bolos e broas de mel, tão caraterísticas do Natal madeirense (e contém receitas, para porem em prática a nossa doçaria tradicional).
Trata-se de duas tradições ancestrais, que ainda hoje podemos encontrar nos sítios da 1.ª, 2.ª e 3.ª Lombada, na freguesia da Ponta Delgada, concelho de São Vicente.
A origem destes dois tipos de mel está intimamente ligada à necessidade de o povo obter mel, na época natalícia, para a confeção dos “bolos e broas da Festa”, uma tradição fortemente enraizada na nossa ilha, quer nos meios rurais, quer no meio citadino.
Na falta de recursos financeiros para obter o tradicional mel de cana, o povo soube, de forma inteligente e criativa, aproveitar os recursos naturais que o meio colocou à sua disposição, nomeadamente dois frutos: as uvas e os figos.
