No âmbito da rubrica “Medicina popular”, o Museu Etnográfico da Madeira, divulga as propriedades terapêuticas da arruda (Ruta chalepensis L.).
Depois de identificada a doença, é recomendável que se consulte uma loja de produtos naturais, onde um profissional indicará o tratamento adequado, as doses e o tempo de tratamento recomendado.
O chá das folhas é usado para combater as dores de cabeça, vermes e problemas digestivos e intestinais. É, ainda, utilizada como um anti‑inflamatório para combater dores nos ossos, causadas por reumatismo, artrites ou pancadas.
No útero, atua como calmante de problemas menstruais e regulador da tensão arterial e da atividade cardíaca.
Externamente, a infusão é usada para combater os piolhos, através da lavagem do cabelo, doenças da pele, varizes e hemorroidas. É também usada como bochecho, para aliviar infeções da boca e dores de dentes.
Para resolver problemas uterinos colocam‑se sobre o útero, uma cataplasma feita da mistura da arruda, alfazema e rosmaninho, bem pisados e acrescentam-se um ovo batido e um pouco de farinha.
Para dores nas costas, fazem‑se uma cataplasma com uma colher de sumo de arruda, uma colher de farinha, vinagre, ferrugem e uma clara de ovo. Misturam‑se os ingredientes, que são aquecidos, colocam‑se num pano de linho e põe‑nos em cima das costas, ou noutra parte dorida. As suas folhas, quando queimadas, produzem fumo para tratar a apoplexia.
A arruda é altamente perigosa em doses elevadas, pelo que é necessário usar em pequenas quantidades, não devendo ser consumida por grávidas.
A arruda também está presente nas crenças populares, pois é usada para afastar o mau‑olhado e a inveja, devendo ser colocada num cântaro, à entrada da casa.
Ficha Técnica:
Texto: César Ferreira
Ilustração: António Pascal
Grafismo: Fernando Libano
©Museu Etnográfico da Madeira
